SÁB 20 DE ABRIL DE 2024 - 01:43hs.
Grande agenda de eventos

O Rio de Janeiro luta para se tornar a capital dos games e eSports

Rio de Janeiro: capital mundial do Carnaval, cidade das areias de Copacabana e aos pés do Cristo Redentor, dos clubes do Flamengo, Botafogo, Fluminense e Vasco, do Rock in Rio (o verdadeiro) e do Museu Nacional e do Futuro. A capital fluminense sempre foi um ponto turístico com milhares de locais para visitar e conhecer. No entanto, o Rio quer mais, e também quer ser a capital dos games e eSports.

O Rio de Janeiro luta para se tornar a capital dos games e eSports

Faker recebe medalha de Ronaldo Fenômeno após vencer o MSI no Rio de Janeiro

Faker recebe medalha de Ronaldo Fenômeno após vencer o MSI no Rio de Janeiro

O movimento vem acontecendo aos poucos, com um evento aqui, outro campeonato ali, mas, efetivamente, neste ano a cidade abriu os olhos para esse mercado que vem crescendo vertiginosamente ao redor do mundo - assim como as agendas de eventos, que estão cada vez mais presentes na cidade.

Os primeiros campeonatos aconteceram de forma tímida na extinta Rio Game Show, evento que cresceu e se tornou, mais tarde, a Brasil Game Show. Porém, na época, a cidade não tinha como receber uma grande feira de games. Em 2011, o evento atraiu 60 mil pessoas ao Centro de Convenções SulAmérica, mas em 2012, quando mudou para a cidade de São Paulo e se tornou exclusivo do novo local, a BGS recebeu 100 mil pessoas e praticamente dobrou no ano seguinte.

Em 2014, o Rio recebeu seu primeiro evento exclusivamente de esporte eletrônico: a grande final do CBLoL no Maracanãzinho, o templo do vôlei e dos esportes em quadras. Foram 8 mil pessoas que puderam acompanhar o campeonato in loco torcendo para a KaBuM ou CNB. O próximo desse nível evento só voltaria a acontecer anos mais tarde.

RIO DE OLHO NOS GAMES E NOS ESPORTS

Após o CBLoL, a cidade não recebeu mais nenhum evento por três longos anos, mas as coisas começaram a mudar em 2017. Isso aconteceu em parte por um plano da Prefeitura do Rio que queria ocupar o Parque Olímpico e passou a ver eventos esportivos como uma ferramenta para sair da crise. Note que cada vez mais a cidade hospeda um campeonato de um esporte diferente, indo além do futebol e vôlei de praia. Em 2018, um em cada 4 eventos que aconteceram na cidade foi relacionado ao esporte tradicional.

Segundo Lucio Macedo, vice-presidente da Riotur, “o turismo esportivo é uma das grandes vocações da cidade e ponto crucial para a economia e lazer. Juntos, turismo, esporte e cultura, representam 14% do PIB”, em entrevista para o jornal O Dia. A partir deste prisma, podemos notar que os esports também estão no foco dos políticos e empresários da cidade, que desde 2014 não recebia um grande evento dos esportes eletrônicos.

Em 2017, o Jeunesse Arena, estádio que abrigou muitos torneios durante as Olimpíadas, estava passando por um ostracismo desde o fim dos jogos. Não apenas o estádio, mas todo o Parque Olímpico. Críticos falavam que o “legado das Olimpíadas” era na verdade muito concreto e dinheiro “jogado fora”. Porém, em maio daquele ano, o Jeunesse recebeu seu primeiro torneio de esports, o Mid-Season Invitational de League of Legends. Foi um teste de fogo.

Com estrutura gigantesca e muito bem preparada para receber eventos esportivos de porte olímpico, o Jeunesse Arena abrigou o evento por uma semana e, mesmo com a crítica dos frequentadores de ali ser um local distante do centro da cidade, quem esteve nos bastidores só tinha elogios para a estrutura do local.

Meses depois, o Parque Olímpico recebeu o Rock in Rio com o GameXP e, por mais que AC/DC e Guns ‘n Roses fossem as verdadeiras atrações, foi o suficiente para os idealizadores do GameXP pensarem em um voo solo, o que aconteceu em setembro deste ano. Um mês depois foi a vez do Jeunesse receber as finais da Pro League de Rainbow 6 – outro grande sucesso. E, no ano que vem, o Parque receberá a Dreamhack Rio em abril.

O Rio de Janeiro está tentando se tornar a capital dos esports e dos games, o que fica mais fácil quando o local tem estrutura para receber multidões e hospedar eventos gigantescos. As coisas ficam ainda melhores quando descobrimos que o preço do aluguel é muito menos do que você espera. Segundo pessoas que são próximas ao assunto, o preço para criar um evento no Parque Olímpico é relativamente baixo quando paramos para observar tudo o que o local oferece.

Dessa forma, o Rio de Janeiro conseguiu se livrar das críticas sobre o “legado das Olimpíadas”, atrair novas formas de negócios para a cidade e ainda pode ganhar um novo título: a capital dos esports no Brasil.

Ainda pode ser cedo para cravar essa afirmação, mas quem acompanha o cenário competitivo eletrônico percebe que o Brasil está, sim, se tornando uma parada obrigatória para grandes eventos internacionais de esports - e os empresários cariocas estão atentos a esse cenário para pegar a maior fatia do bolo.

Fonte: GMB / Rodrigo Guerra - ESPN