MAR 16 DE ABRIL DE 2024 - 03:44hs.
Ciente da relevância da modalidade

Rio de Janeiro abre diálogo com representantes do eSports e cria Grupo de Trabalho

Os eSports vêm dominando o mercado de games e atraindo legiões de jovens e adultos. Ciente da relevância que a modalidade vem alcançando, a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro abriu diálogo com representantes do segmento e ficou acertada a criação de um Grupo de Trabalho para avaliar como o poder público pode auxiliar a fomentar o setor.

O secretário Rafael Picciani participou de uma agenda importante nesta quinta-feira (19) na sede da secretaria, recebendo um grupo de treze atletas, treinadores, coaches e profissionais de diversas categorias envolvidas no desenvolvimento do eSports no Rio. Entre as pautas, temas como políticas públicas para o eSports; eSports e Educação; novas profissões; eSports de Alta Performance, infraestrutura e equipamentos públicos para eSports; diversidade no eSports, eSports escolar e universitário; competições de alto rendimento; paz e desenvolvimento através do eSports.

Essa reunião será o início de um trabalho permanente. Nós vamos desenvolver outros ambientes de debate. Queremos trazer para o Rio, o centro do desenvolvimento do eSports, que estimule a formação completa deste atleta. Esse segmento não é dependente do poder público, mas começamos a ver que os governos vão começar, em algum momento, a se aproximar desse avanço, e para isso, ele precisa ter um ambiente convidativo para a categoria”, afirmou o secretário. 

 

 

No encontro, o grupo pôde expor dados expressivos e sugestões de como o poder público pode utilizar-se para trazer benefícios à população fluminense, como a geração de empregos em vários segmentos do mercado de trabalho, a capacitação técnica de adolescentes, entre outros.

Ficamos muito felizes com a recepção. Nossa expectativa inicial era abrir o diálogo com o governo do Estado do Rio de Janeiro, e saímos daqui já com a proposta de composição de um Grupo de Trabalho para pensar em políticas públicas para o setor”, comentou Ewerton Panda, CEO da equipe Empire DC e fomentador do eSports no Estado do Rio de Janeiro.   

Quem também participou do encontro foi Luciana Nunes, psicóloga que atua na área de eSports, e que trabalhou no comitê Rio 2016. “Essa oportunidade é muito importante. Minha esperança é trazer e utilizar a ferramenta do eSports como meio de transformação, paz e desenvolvimento para as comunidades. O eSports tem a capacidade de engajar os estudantes e fixá-los na escola. Nossa realidade já mudou há muito tempo e a gente precisa entender”, afirmou a psicóloga.

Participantes:

Ewerton Panda (CEO da equipe Empire DC e fomentador do eSports), Carlos Gama (Assespro - Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação), Paulo Mendes (Políticas Públicas no eSports), Ingrid Souza (eSports e educação), Marianna Muniz (Novas profissões), Luiz Costa (eSports de Alta Performance), Daniel Ciesla (Infraestrutura e Equipamentos Públicos para eSports), Nayla Cristina (Diversidade nos eSports), Michel Assed (eSports Escolar e Universitário), Matheus Raposo e Lucas Ribeiro (Competições de Alto Rendimento), e Luciana Nunes (Paz e Desenvolvimento através do eSports).

Mais sobre os eSports

Mundo afora, diversos países já regulamentam os eSports. Alguns, inclusive, passaram a regulamentar profissões relacionadas. É o caso da Coréia do Sul, China e Japão, que não só reconhecem a modalidade, mas transformam as disciplinas relacionadas em profissões regulamentadas. Outros países como Malásia, Rússia e Finlândia já reconhecem os eSports e a Alemanha está em negociação com o governo.

No Brasil, o esporte eletrônico ainda não é reconhecido pelo Ministério do Esporte. Há projetos de lei tramitando no Congresso que buscam, através de propostas de definição sobre o conceito da categoria, identificação dos jogadores como atletas, o reconhecimento dos eSports no cenário desportivo nacional. (PL Federal – Senado – 383-2017, PL Federal – Câmara Deputados – 3540/2015, PL Federal – Câmara Deputados – 7747-2017, PL Estadual – Assembleia SP – 1512-2015 SP).

O esporte eletrônico possui competições organizadas, com regras claras e determinadas, dentro de um cenário profissional de desenvolvimento; O relacionamento dos atletas com as equipes atende ao que disciplina a lei 9.615/98 (lei Pelé) que trata sobre o atleta profissional.

O Ministério do Trabalho e Emprego já reconhece seus jogadores como atletas, com a concessão de passaportes específico para a disputa de competições no país; há projetos fundamentados na lei de incentivo ao esporte diretamente relacionados com o esporte eletrônico, o que demonstra um direcionamento dos órgãos governamentais a compreenderem os eSports como modalidade esportiva.

Fonte: GMB