JUE 25 DE ABRIL DE 2024 - 13:11hs.
Francisco Javier Vidal Caamaño, COO da Sortis & Golden Lion Casino

“O Brasil já esta maduro para ter uma oferta de jogos lógica e bem regulamentada”

(Exclusivo GMB) - Francisco Javier Vidal Caamaño, COO da Sortis & Golden Lion Casino tradicional operadora do Panamá, fala ao GMB sobre sua vinda ao Brasil para o BgC, a torcida pela abertura do país à todas as modalidades e as prováveis regras para os cassinos. “O modelo de IR integrados concentra demasiada influência em um número limitado de corporações. Acho mais interessante para o Brasil que possam participar do mercado uma grande quantidade de operadores tanto europeus, como latinos”, afirmou.

GMB - Fale-nos um pouco sobre a Sortis e Golden Lion, duas conhecidas grifes de cassino do Panamá
Francisco Javier Vidal Caamaño
- Em poucas palavras, o Sortis é o principal centro de entretenimento do Panamá, pois é o único espaço que aglutina num mesmo lugar não só uma oferta de jogos muito completa (mesas, slots, apostas esportivas, bingo e poker), se não também vários outros serviços como e um hotel de 5 estrelas, sportsbar, spa, mais uma grande variedade de restaurantes de todos os gêneros (steakhouse, libanesa, japonesa, espanhola, italiana, fusion). O Sortis tem também uma locação espetacular em um bairro entre as duas principais artérias da Cidade de Panamá (Calle 59 e Via Espanha), e uma propriedade icônica no contexto do nosso pais. 

A respeito dos dois cassinos da marca Golden Lion (Marbella e Dorado), são cassinos independentes (não compartem a propriedade com hotel onde estão instalados) e estão mais focados na comunidade asiática da cidade, sem, logicamente, discriminar ao publico local panamenho e a grande quantidade de turistas que seja por negócios ou entretenimento visitam a cidade. 

Nossos cassinos contam com locações estratégicas no âmbito da capital do Panamá, e se caracterizam por ter uma oferta sofisticada de produto (contamos com as ultimas novidades em maquinas) e os mais altos níveis de serviço ao cliente. Como não pertencemos a nenhum grupo de cassinos internacional, adaptamos a nossa oferta com grande facilidade aos gostos locais e somos muito mais rápidos e eficientes na tomada de decisões, e por isso que contamos com posicionamento diferencial dentro do ecossistema de cassinos completos de Panamá City, sem duvida, um dos mercados mais competitivos da região. 

Qual sua expectativa para o BGC? 
Entendo o BGC como a melhor plataforma de encontro que o setor de jogos no Brasil tem atualmente, um evento muito bem organizado pela Clarion, já que eles conseguem juntar muitos dos principais atores da indústria (operadores, fornecedores, consultores, imprensa especializada e integrantes da classe política brasileira) num esquema muito aberto que permite o intercâmbio de opiniões e networking. A minha expectativa esta diretamente vinculada a evolução da regulamentação do setor (em que ponto nos encontramos e quais são as previsões de cara ao futuro do processo regulatório) assim como fazer os contatos iniciais de cara a potenciais parcerias e oportunidades de negocio que possam surgir. Adicionalmente gosto muito das palestras que acontecem durante o congresso, que são uma excelente fonte de aquisição de novos conhecimentos e uma tomada de contato com as últimas inovações e ideias que estão na moda na indústria.

Grandes corporações internacionais estão muito atentas ao mercado brasileiro. Acontece o mesmo na Sortis? 
Sim, nós estamos muito interessados nos formatos de negócio que podem ser autorizados, entendemos que o modelo de IR limita muito o setor de jogos presenciais, e só abre oportunidade para os grandes empresários dos USA e a Asia. Se abrir-se a possibilidade de poder desenvolver cassinos em hotéis de luxo já existentes ou a serem desenvolvidos incluindo uma oferta de cassino, com certeza nos seremos um dos grupos que ficariam a frente, atentos as potenciais oportunidades que podam surgir. O modelo de IR integrados concentra demasiada influência em um número limitado de corporações, acho muito mais interessante para o Brasil que possam participar do mercado uma grande quantidade de operadores tanto europeus, como também latinos (Chile, México, Peru, Colômbia, outros), assim como empresários brasileiros com um potencial interesse no setor. 

Como fazer frente aos investimentos que esses grupos pretendem alocar no Brasil? O Sortis pretende implantar sua marca no país? 
As facilidades de financiamento estarão diretamente vinculadas o entorno regulatório e expectativas de negócio, quando as oportunidades são boas, os recursos sempre aparecem, seja via financiamento bancário, emissão de bônus corporativos ou outros mecanismos de levantamento de capitais, a muitas maneiras. 
Na realidade, não nos preocupam os investimentos que possam fazer outras empresas, na medida em que a regulamentação seja equilibrada, e não beneficie especialmente a nenhum grupo, pois será a história de sempre, conseguir uma boa locação, elaborar uma proposta atraente para o público objetivo e inovar constantemente para poderem ser competitivos. 
Em quanto ao uso da marca Sortis, pois nos adaptaríamos a realidade local, nem sempre a marca de um é bem acolhida em todas as partes, e nós somos muito pragmáticos na hora de fazer negócios. 

Quais os passos já dados para aterrissar no Brasil? O Sortis já tem algum estudo sobre as tendências do mercado brasileiro e onde poderia investir? 
Não quero adiantar muito, mais temos uma ideia bastante clara das cidades que mais nos interessam, dependendo do tipo de regulamentação, poderia haver muito boas oportunidades alem da tríade Rio-São Paulo-grandes capitais do Nordeste. 
Acho que o Brasil já esta maduro para ter uma oferta de jogos lógica e bem regulamentada, e que a nossa proposta seria muito bem recebida em muitas cidades do país. 

Já existem estimativas de investimentos para a abertura de um resort com cassino de seu grupo no Brasil?
Sim, mas não quero adiantar números, só dizer que podem ser desenvolvidos projetos muito interessantes de cassino (sem incluir o hotel) na faixa dos 20/25 milhões de dólares, com esse investimento podem ser construídos cassinos que ofereçam uma excelente oferta de jogo e de serviços de restauração, que enriqueceriam muito a oferta de entretenimento nas comunidades onde forem construídos. 

Como vê a forma como o governo e os parlamentares estão conduzindo uma possível aprovação da lei para o setor de jogos? Acredita que deveriam ser aprovados apenas cassinos com resorts integrados ou também outras modalidades de jogos, como bingos, apostas esportivas e cassinos online? 
Entendo que os legisladores brasileiros tem um grande caminho a diante, o Brasil é um pais de grandes dimensões, difícil de administrar e fiscalizar, disso não se tem nenhuma dúvida. Porém, hoje em dia já existe conhecimento sob o jeito de regular adequadamente a indústria dos jogos, tanto do ponto de vista regulatório, como de tecnologia, como também de gestão das pessoas encarregadas de supervisar a industria. Na minha opinião, o Brasil já poderia aprovar a maioria das modalidades logo já de inicio, seria uma questão de logística o que se executaria primeiro e o que seria depois, mas com um compromisso desde o começo. Os benefícios em termos de criação de emprego, fomento de investimentos para dinamizar a economia e arrecadação de impostos e os múltiplos exemplos disso em todo o mundo são evidentes. Para mim é só uma questão de tempo, mas sim defendo a possibilidade de fazer uma regulação que cubra os diferentes formatos (presencial, online, loterias e jogo do bicho também). 

Conte quais os principais temas de sua palestra e o que podem fazer os cassinos físicos para incentivar as novas gerações a frequentá-los e não ficarem apenas no online?
Uma parte importante do BGC é a serie de palestras e painéis que acontecem durante o congresso, no meu caso participarei de duas atividades, um painel sobre o impacto da modificação das taxas no setor, de concreto falarei sobre o que tem acontecido na industria dos cassinos no Panamá desde 2015 (depois de que foi instaurada a taxa de 5.5% aos impostos em caixa seja em fichas ou em tickects). Adicionalmente, farei uma apresentação sobre as mudanças que os cassinos presenciais precisam fazer se querem continuar a ser relevantes para as novas gerações que já venham pujando (Millenials, Z’s, Alpha’s), acho que os assistentes pegarão algumas dicas bem interessantes sob que fazer para atrair mas gente jovem nos cassinos e no contexto brasileiro, servira de orientação para fazer uma melhor desenho inicial da suas instalações e oferta de produto, na minha opinião e melhor preparar-se para o futuro dendê agora, e não construir de jeito que se perda flexibilidade depois, a muitos errores de desenho de negocio e oferta que se podem evitar, ir tomar fotos de cassinos nas Vegas e logo fazer um copy-paste no Brasil acho que não daria certo.

Francisco Javier Vidal Caamaño, participará de duas palestras no 2º dia de congresso no BgC, dia 24 de Abril. A primeira às 12:00hs falando sobre arrecadação de impostos com Federico Lannes, Consultor Independente de Jogos e Negócios. Já às 16:30,seu companheiro será Rui Magalhães, CEO, Estoril Sol Digital e os debates vão tratar do tema das NOVAS TENDÊNCIAS EM JOGOS.

Fonte: Exclusivo GMB