JUE 2 DE MAYO DE 2024 - 09:20hs.
Fabio Tibéria, Consultor Internacional em Gaming

“Esse é um momento histórico e decisivo que Brasil tanto esperava para legalizar o jogo”

Fabio Tibéria, Consultor Internacional em Gaming, participa do OGS 2019 na palestra “Tecnologias: Garantindo o jogo responsável e a proteção do jogador”. Nessa conversa exclusiva pré-evento, ele fala das expectativas para sua participação e os próximos passos de uma legislação local. “Sempre enfatizei o potencial do Brasil, mas, sem legalização, o país é como uma Ferrari indo a 50 km/h e todo mundo sabe que o Brasil tem potencial de ir a 300 km/h”, opina Tibéria.

GMB - Qual a sua expectativa para participar de um evento como OGS, organizado pela Clarion, em São Paulo? Lembrando que com a legalização das apostas poderá ser batido um recorde de público interessado em participar do encontro.
Fabio Tibéria -
Minha participação no OGS é sempre motivo de grande orgulho e agradecimento pelo organizadores e todos que estão lutando pela legalização. Esse é um “momento histórico” decisivo que o Brasil tanto esperava. O recorde de público marcará mais uma meta positiva.

Poderia nos anticipar alguns dos principais conceitos que você apresentará ao público durante sua palestra?
Minha palestra se concentrará sobre o jogo responsável e a proteção dos jogadores ou seja; educação financeira aplicada ao jogo de azar, ludopatia (vício do jogo), privacidade do jogador, KYC, proteção de dados, proteção dos menores, efeito socioeconômicos da publicidade aplicada ao jogo de azar, comparação das diferentes regulamentações nos estados membros dos EU, "Green Paper", etc...

Qual é a sua visão do mercado de jogos no Brasil e quais são os principais caminhos que deve seguir para amadurecer e se consolidar?
Em todos os congressos em que participei, sempre enfatizei o potencial do Brasil... parafraseando, sem legalização, o Brasil é como uma Ferrari indo a 50 km/h. Todo mundo sabe que o Brasil tem potencial de ir a 300 km/h.

Desde sua área, qual apoio poderia fazer para a regulamentação que o Ministério da Economia desenvolve para o mercado de apostas? Quais seriam os 3 principais conselhos que poderia dar?
O Ministério da Economia está desenvolvendo um modelo único de regulamentação com muita competência, consciência e profissionalidade oferecendo “public hearing” para os futuros operadores e operadores do setor.

Minha opinião de acordo com aquilo que ouvi falar dos vários operadores seria:

1) Aplicar imposto sobre o GGR ( gross gaming revenue ) em vez do turnover porque gera incompatibilidade e contraste econômico entre o governo e os operadores. A aposta de cotação fixa não garantiria um lucro predeterminado certo.

2) Aplicar controles telemáticos sobre o “Match fixing” com cartografia dos centros de recarrega (betshop), controle de volume anômalos de apostas em jogos suspeitos, proibir apostas a categorias profissionais que possam diretamente ou indiretamente influenciar o resultado.

3) Criar um protocolo único pelos operadores com uma “competividade controlada” começando com uma margem “edge” mínima concordada.

Em comparação com o restante da América Latina, acredita que os avanços do Brasil em 2019 foi veloz ou lento para o que exige o mercado?
Foi bastante rápido e confirmou a determinação desta legislatura.

Acredita que a abertura do mercado de loterias do Brasil com a concessão da LOTEX para o consórcio IGT/SG é uma grande notícia para as empresas privadas que querem chegar ao país e investir?
Meus sinceros parabéns por 2 gigantes que são os primeiros a acreditar no Brasil. Eles são os pioneiros de uma grande revolução socioeconômica. Um envolvimento tão importante só traz mais confiança e credibilidade.

Imagina 2020 como o ano do grande disparo do Brasil em matéria de iGaming?
Um grande filósofo e matemático no 1600 formulou a primeira aposta. «Vive ut Deus daretur» ou seja “Aposte em Deus" (B. Pascal). Eu pessoalmente, em 2020, vou apostar sempre em Deus e..... no Brasil!!!!

Fonte: Exclusivo Games Magazine Brasil