Games Magazine Brasil – Qual a importância, especialmente neste momento de mercado regulado, da publicidade transparente e correta para o setor de apostas esportivas?
Rodrigo Cambiaghi – Com a entrada em vigor da regulamentação, muitas regras mudaram e estão sendo reforçadas. É superimportante nossos clientes estarem atentos para terem um tipo de comunicação responsável. Vemos que o próprio governo está muito em cima disso para evitar que a indústria se comunique com um usuário de uma forma abusiva e não responsável.
A Sportradar, com presença global, sempre reforçou esse tipo de comunicação e que os clientes falem de uma maneira responsável. Nossa ferramenta está aí para isso e ajudar os clientes a estarem mais próximos dos usuários. É uma plataforma homologada e que foi testada pelos maiores operadores globais e agora aqui.
A publicidade é uma das espinhas dorsais do segmento de apostas esportivas e fazer isso de forma responsável requer muito cuidado e tecnologia. Queria que você falasse um pouco sobre como isso é tratado pela Sportradar.
Temos uma plataforma própria de ads. É uma tecnologia que foi desenvolvida desde o zero. Operamos ela em mais de 200 campanhas ativas que a gente tem globalmente. No Brasil, a gente atua hoje com os principais operadores. Essa plataforma está validada há bastante tempo e nos preocupamos tanto a proteção do usuário quanto com a integridade, trabalhando localmente com cada país.
Como a inteligência artificial, por exemplo, contribui para a identificação de práticas incorretas, de riscos ao jogador e de comprometimento da integridade esportiva?
Somos um dos líderes de integridade globalmente. Ela faz parte do nosso core, do nosso DNA e isso não pode ser diferente na forma como a gente opera dentro do marketing. Nossa ferramenta está aí para validar isso. Queremos proteger nossos clientes para que não passem uma mensagem que não seja responsável e para isso temos até mesmo uma própria validação humana da Sportradar. Além disso, trabalhamos para que a campanha não apareça, por exemplo, num site para usuário menor de 18 anos ou em um site infantil. E até mesmo para aqueles que não tenham a ver com o conteúdo que faça sentido para aquela marca. Então, olhamos para várias frentes, não só na forma de proteger o usuário, mas também de proteger o próprio interesse da casa de apostas.
O mercado brasileiro está no seu quarto mês de operação regulada. Como você vê o atual momento do ponto de vista de ads e, obviamente, do comportamento adequado do operador?
Ainda vamos ver o mercado mudar bastante. Ele ainda tem muito para crescer – e falei em um painel, que muitas vezes olhamos o mercado europeu para entender o que pode acontecer com o mercado brasileiro. O mercado europeu já está muito mais maduro e não cresce mais na mesma proporção. Ele tem muitas restrições quanto ao tipo de anúncio que pode ser feito. No Brasil, a gente ainda está no momento de crescer. Então, é muito provável que com o amadurecimento do mercado, com o passar do tempo, a gente vai enfrentar novos desafios.
Eu gosto de dizer que o mercado europeu é muito mais desafiador porque ele já não tem mais para onde crescer. Então, a forma para crescer é roubando clientes. Felizmente, a gente ainda não está nesse momento no Brasil, mas ele vai chegar.
E o que vem de planos pela frente pela divisão ads da Sportradar para esse mercado regulado?
Já temos uma ferramenta homologada para trabalhar com o Meta de quem somos parceiro oficial. Somos também parceiros oficiais do Google. Soma-se a isso nossa própria plataforma, que eu comentei agora há pouco. Operamos dentro das maiores plataformas, integrando com as principais ferramentas, com as principais campanhas de digital out-of-home, os principais sites de scores e muito mais.
A Sportradar vem sendo muito chamada à ação em função da integridade esportiva e de denúncias de manipulação de resultados. Isso tende a diminuir com o mercado regulado ou continuará porque é inerente ao esporte?
Temos um foco muito importante na prevenção e na educação. Trabalhamos na detecção e informamos para as federações e ligas quando tem algum tipo de resultado suspeito. Mas trabalhamos também com a educação, orientando diretamente com os jogadores, explicando os riscos para suas carreiras. Olhamos para essas duas frentes.
Educação é a parte boa. O problema é a infiltração de práticas criminosas no esporte. Como fortalecer o setor para que isso não aconteça mais ou aconteça menos?
É uma grande dedicação à educação e estarmos próximos aos atletas e às ligas, explicando que isso pode acabar com uma carreira. Realmente acaba com a carreira de um jogador. Alguém estar envolvido num escândalo desse tipo, às vezes, nem é provado, mas só de estar envolvido atrapalha muito uma carreira.
Fonte: Exclusivo GMB
