Games Magazine Brasil – Com que objetivos a Oddsgate esteve no BiS SiGMA e como vão os negócios no Brasil?
Tiago Almeida – Viemos com o objetivo de mostrar uma nova versão da nossa tecnologia para o mercado regulamentado das bets no Brasil. Hoje são sete operações que ajudamos a fazer essa transição do mercado emergente para o regulamentado. Estamos aqui realmente com muito entusiasmo, porque começamos a ver os frutos desses anos de investimento, de desenvolvimento das marcas, do desenvolvimento dos nossos parceiros e vendo que realmente essa aposta foi uma aposta ganha. Isso porque não só essas sete marcas conseguiram fazer essa transição, como a gente já superou os valores de receita bruta de dezembro.
Isso é fundamental, porque no começo do mercado regulado houve uma queda acentuada!
Houve. O mês de janeiro foi muito crítico, não só porque – e a gente teve a oportunidade de falar sobre isso – vários temas se conectaram pela primeira vez, sistemas novos e para os quais não havia ainda conhecimento de todos os intervenientes, incluindo nós próprios. E também como é esse fluxo iria se comportar. Naturalmente, a gente teve de entender que o jogador não estava acostumado a ter de fazer autenticação por biometria e ainda fazer upload do seu documento. Ou seja, havia todo um processo que era novo, mas a gente sabe hoje que esse processo foi feito para criar um ambiente mais seguro, mais justo e sustentável.
Então o que é que acontece passados esses 4 meses? A gente vê que esse atrito inicial já passou, que o jogador se sente mais protegido, sente mais confiança e mais importante do que tudo, o jogador sente que tem uma experiência de entretenimento responsável e duradora. E o site e os empresários que estão por trás dessa operação sentem também que têm segurança jurídica para poder continuar a operar e contribuir não só com o pagamento de impostos aqui no Brasil, como também a taxa de solidariedade, da contribuição de caridade que existe e que é também um valor significativo que as marcas realmente têm pagado.

O quão importante tem sido a parceria entre provedores de plataforma, operadores e os demais fornecedores desse ecossistema, como método de pagamento e verificação de identidade, para um mercado sustentável e realmente contribuinte para o país?
Olha, eu acho que antes de mais a gente tem aqui uma relação simbiótica. Por quê? Por melhor que seja a tecnologia de uma empresa como a Oddsgate, ela não trabalha sozinha. Ela precisa realmente de provedores de pagamento, de parceiros na parte de biometria, empresas como Legitimuz, com as quais a gente tem tido uma parceria muito bacana e que realmente agrega muito valor. E aquilo que tem sido curioso é que todos vestem a camisa, ou seja, todos entendem qual é a sua contribuição para esse ecossistema que a gente realmente ajudou a criar. E isso dá a segurança que todos precisam para garantir que os seus produtos na sua área de especialização são cada vez mais autênticos e próximos daquilo que o jogador precisa e garantem também a segurança jurídica a todo esse ecossistema que o jogador interage e que o governo através da Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) precisa também interagir.
Como a tecnologia tem e incorporado benefícios tanto para os operadores quanto para o usuário final? A inteligência artificial, por exemplo, no desenvolvimento de jogos e adequação de plataformas. Como tem sido isso?
Acho que esse processo de regulamentação mostrou a grandeza dos números escondidos. O que eu quero dizer com isso? A gente hoje tem um volume de apostas mensal de um pouco acima já de R$ 7 bi e dezenas de milhões de clientes ativos, aquilo que acontece é que muitas vezes existem oportunidades de melhoria que o operador não conhecia. Por que o operador não conhecia nessa corrida pelo market share? Havia muita ambição de fechar grandes patrocínios, contratar grandes influenciadores e parcerias, porque havia quase uma corrida contra o tempo. Hoje essa corrida é realmente uma maratona.
Todos entendem que não adianta focar atenção operacional em grandes patrocínios ou em grandes parcerias sem fazer o trabalho de casa. E o trabalho de casa é aquilo que empresas como a nossa têm procurado fazer, que é dizer: ‘Olha, há aqui um segmento da base que está sendo subaproveitado, há aqui um fornecedor de conteúdo que provavelmente está entregando uma margem operacional abaixo daquilo que é o nosso benchmark, que a gente faz essas comparações não só com as nossas outras seis operações, mas também com aquilo que a gente tem fora do Brasil.
Conseguimos trazer muitas oportunidades de melhoria de conteúdo que funcionou, por exemplo, em Moçambique, para o Brasil. E muitas vezes, desse intercâmbio cultural e de negócio, surgem grandes oportunidades para explorar um determinado conteúdo, para explorar um determinado fluxo que vai permitir criar aquele 0.5% que eu falava há pouco de melhoria na margem, o que é excepcional dada a grandeza desses sites.

E isso utilizando realmente tecnologia de ponta?
Sim. Não só coisas que realmente a gente teve a oportunidade de desenvolver nesses últimos três anos na Oddsgate, como também através das parcerias que fechamos, como com a Legitimuz, que que nos ajuda muito, ou com a Smartico, que usamos para trabalhar big data, gamificação e outras componentes que são importantes para dar ao cliente uma experiência com cada vez menos atrito, mais confiável e com entretenimento.
Agora com o mercado consolidado, como você mesmo bem disse, da rentabilidade de ter retornado a números anteriores a ao início da operação, quais são os planos da Oddsgate no Brasil para este resto de 2025?
A nossa prioridade número um é agradecer sempre a confiança dos nossos parceiros, dos nossos clientes, sabendo que temos uma responsabilidade muito grande, como aliados 100%, e que não podemos nunca falhar. A gente procura muito agregar qualidade e sermos a alavanca que o operador pode puxar e saber que vamos melhorar aquele 0,5 ou 1%. Isso é o que o operador precisa para continuar a ser relevante no mercado e continuar a crescer, fazendo um aproveitamento 360º de todas as verticais que o operador pode explorar.
A regulamentação foi muito generosa, permitindo ao operador explorar não só apostas esportivas como casino, jogos tradicionais e também jogos peer to peer e modalidades de jogo cada vez mais híbridas, que eu entendo que podem realmente ser uma parte da oferta muito interessante para todos.
Ou seja, um portal de oportunidades da Oddsgate?
Sim, de probabilidades. Claro, essa é a nossa grande vantagem competitiva enquanto plataforma e agregador técnico. É poder ter esse relacionamento com os nossos parceiros, sabendo que somos quase uma loja onde o parceiro pode parar e encontrar tudo. São mais de 300 integrações que a gente hoje suporta e esse número não para de crescer porque procuramos sempre melhorar.

Fonte: Exclusivo GMB