MIÉ 8 DE MAYO DE 2024 - 18:25hs.
RUMO AO OGS 2018

“A população do Brasil precisa conhecer aquilo que há anos é uma realidade mundial”

Fabio Tibéria, Consultor Internacional em Gaming, participa do OGS 2018 no painel que mostrará a experiência dos mercados regulados pelo mundo sendo o representante italiano da mesa. Nessa segunda conversa do nosso ciclo de entrevistas pré-evento, Tibéria fala das expectativas para sua participação, o conflito entre jogo online e físico e os próximos passos para uma legislação de jogo no Brasil.

De 3 a 4 de Dezembro, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, o OGS Brazil reunirá operadores, provedores de produtos e serviços, reguladores e autoridades para discutir o cenário atual e uma futura regulamentação do setor de Jogos Online e Apostas Esportivas no Brasil. Com a renovação nas bancadas tanto no Senado, quanto na Câmara dos Deputados, é esperado que o tema da Regulamentação do Setor volte à pauta.

GMB - Com quais expectativas você chega ao Online Gaming Summit Brasil, um evento inédito para nosso mercado? De que tratará seu painel?

Fábio Tiberia - As expectativas são sempre relacionadas a um grande evento com profissionais mundiais comparando ideias e experiências. O evento é inédito, mas, esperado.

O meu painel tratará de um mundo de vantagens. O que o jogo online e as apostas esportivas vêm fazendo pela economia de mercados regulados?

Esse tipo de encontro onde se compartilha conhecimento é algo que o país necessita para evitar que a população siga mal informada sobre falsos “perigos” do jogo?

Eu acredito veementemente que a população tem que ter conhecimento daquilo que é há anos uma realidade mundial. Tudo aquilo que não se conhece pode gerar má informação e sobretudo ignorância. Sobre os falsos “perigos”; é necessário distinguir jogos de habilidade como o poker, apostas de cota fixa e Exchange esportivas dos jogos com payout pré-determinados ou aleatórios.

Pode nos adiantar algumas das ideias ou alguns dados que apresentará ao público em seu painel?

Sendo italiano, irei apresentar o quadro atual do jogo online na Italia com integração dos VLT (Vídeo Lottery Terminal) e dos AWP (Amusements With Prizes) analisando os benefícios econômicos e a atuação, da parte do governo atual, de novas normas dedicadas aos os jogos em geral.

O jogo online parece ser hoje a modalidade de maior crescimento no mundo, acredita que esse fato se deve a que motivo?

O acesso imediato a qualquer tipo de bem de consumo hoje é determinado pela maior descoberta do século: a internet.

As lojas físicas como farmácias, restaurantes, roupas, etc; estão sendo cada vez mais substitutas pelos e-commerces. Nessa revolução também entra o jogo online.

Hoje o processo de elaboração de uma ideia de consumo é praticamente imediata. Você visualiza, elabora e compra. Tudo em pouquíssimos segundos. O jogo online enfatiza ainda mais o aspecto da impulsividade do consumo. Os negócios físicos, independentemente de que gênero forem, não contemplam essa qualidade.

Então, a internet é igual uma chave e o imediatismo no consumo do bem é a porta de entrada.

Outra revolução já esta acontecendo é o blockchain (a nova chave de acesso).

O negócio do jogo físico está em risco?

Eu acho que o jogo físico com “prêmios totalizados” como loterias, lotto, win to win etc.. vão continuar existindo porque o jogador aplica “una tantum”; uma “aposta” por concurso. Nas apostas a cotação fixa, Exchange e etc; há uma avaliação dinâmica do jogo que aumenta o imediatismo da ação que contrasta com a ideia de “betshop”. Também os sistemas de pagamentos e o “KYC” estão sendo transformados por causa da nova tecnologia blockchain melhorando a "user experience” do jogador online.

Como avalia o avanço do jogo online e das apostas em nível legislativo no Brasil?

Sendo mais um técnico que um legislador não me permito comentar sobre esse assunto, mas, acredito que o Brasil poderia mutuar as experiências de outros países para convertê-las em um único modelo legislativo brasileiro.

Acredita que já em 2019 teremos um mercado aberto e regulado?

Acho muito difícil em um ano ter um "white market”. A regulamentação é um processo que demora e depende também daquilo que quer ser feito.

Como imagina que o novo governo liderado por Jair Bolsonaro abordará o mercado de jogos no país?

Sinceramente, não sei. Eu deixaria a opinião da população prevalecer, afinal: "vox Populi vox dei" (a voz do povo é a voz de Deus).

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Fonte: GMB