De 3 a 4 de Dezembro, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, o OGS Brazil reunirá operadores, provedores de produtos e serviços, reguladores e autoridades para discutir o cenário atual e uma futura regulamentação do setor de Jogos Online e Apostas Esportivas no Brasil. Com a renovação nas bancadas tanto no Senado, quanto na Câmara dos Deputados, é esperado que o tema da Regulamentação do Setor volte à pauta.
GMB - Com quais expectativas você chega ao Online Gaming Summit Brasil, un evento inédito para nosso mercado?
Rui Magalhães - Estou acreditando que o OGS será, à semelhança do BGC, um êxito que congregará a indústria do jogo, neste caso para discutir a vertical do Jogo Online, sobre as oportunidades econômico-socias que a legislação/regulação podem aportar para o Brasil.
De que tratará seu painel?
O meu painel será sobre “Um mundo de vantagens: o que o jogo on-line e as apostas esportivas vêm fazendo pela economia de mercados regulados?”, irei apresentar o caso de Portugal.
Esse tipo de encontro onde se compartilha conhecimento é algo que o país necessita para evitar que a população siga mal informada sobre falsos “perigos” do jogo?
Sem dúvida que esta partilha de conhecimento é, no meu entender, de fulcral importância para quem, no Brasil, tem o dever de legislar e regular. Quanto mais e melhor a qualidade da informação, mais as chances de se optar por caminhos correctos evitando assim alguns dos erros cometidos noutras jurisdições. Naturalmente que a informação da opinião publica a respeito é também importante, contudo creio que este tipo de evento encontra o seu exponente de partilha de conhecimento junto das autoridades, mais do que na população em geral.
Pode nos adiantar algumas das ideias ou alguns dados que apresentará ao público em seu painel?
Como referi irei apresentar o caso Português e prefiro não levantar já o véu da apresentação... fica o convite para assistirem à sessão.
O jogo online parece ser hoje a modalidade de maior crescimento no mundo, acredita que esse fato se deve a que motivo?
O jogo online tem tido em vários países um crescimento bastante interessante, ainda que, o jogo físico também tem continuado a crescer significativamente pressionado sobretudo pelos países asiáticos. Segundo as estimativas o Jogo Global valerá em torno de USD$ 500bi e o Jogo online representará cerca de 10% (USD$ 50bi). O que é curioso é que este rácio se mantém há já alguns anos, o que significa que ambos os canais têm crescido (Aqui haveria que analisar realidades distintas entre Oriente e Ocidente). O negócio do jogo físico esta em risco? R: Sem querer entrar em grandes futurologias eu optaria por indicar que os canais hoje têm mais potencial de complementaridade do que de exclusão. Daí conceitos tão na ordem do dia como OmniChannel, sendo que, o objectivo de muitas operações, nomeadamente nos países ocidentais, é proporcionar uma experiência de entretenimento integrada entre Online e Físico.
Como avalia o avanço do jogo online e das apostas em nível legislativo no Brasil?
O avanço tem sido muito lento. É um mercado que tenho acompanhado nos últimos 3 anos.
Acredita que em 2019 já teremos um mercado aberto e regulado?
Sinceramente, com o conhecimento que tenho destes processos, nomeadamente noutros países, não creio que existam condições para que o Brasil tenha um mercado regulado em 2019. Se tudo corresse muito bem, acreditaria que uma lei, contendo em si um espirito de mercado Aberto, poderia ser aprovada em 2019. Contudo uma regulação admito que nunca antes de 2020. Ainda assim, creio que seriam muito boas notícias.
Como imagina que o novo governo liderado por Jair Bolsonaro abordará o mercado de jogos no país?
Creio que Bolsonaro, não sendo um apoiante da indústria do jogo, tenderá a potenciar uma liberalização do mercado a nível Federal deixando a cada estado a opção de regular a respeito. Admito, seguindo o modelo que tem vindo a ser seguido nos Estados Unidos. Mas vamos ver como tudo se desenvolverá a respeito quando o novo presidente tenha tomado posse e constituído o governo.
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Fonte: GMB
