De 3 a 4 de Dezembro, no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, o OGS Brazil reunirá operadores, provedores de produtos e serviços, reguladores e autoridades para discutir o cenário atual e uma futura regulamentação do setor de Jogos Online e Apostas Esportivas no Brasil.
GMB - Com qual expectativa sua empresa chega ao Online Gaming Summit Brasil, um evento inédito para nosso mercado? Quais serviços/produtos de sua companhia destacaria para este novo mercado que se abre no país?
Ramiro Atucha - Chegamos com muita expectativa. Entendemos que Brasil está a caminho de regular o jogo online e esse é o mercado em que a Leander vem se desenvolvendo nos últimos 10 anos. No nosso stand vamos apresentar nossa plataforma de agregação de conteúdo e mais de 200 jogos de slot que estão competindo exitosamente nos principais mercados europeus.
Na Europa, a Leander é uma provedora importante para operadores como Pokerstars, Betsson, Vera & John, Paddy Power / Betfair, entre outros. Acreditamos ter aprendido muito com essa experiência e com humildade, gostaríamos de poder contribuir com nossa experiência no nascente mercado de jogo online do Brasil.
Nos últimos dias, o congresso brasileiro legalizou as apostas esportivas, qual sua opinião sobre esse avanço? O que esperam?
A regulamentação no Brasil é um feito eminente já faz 10 anos, porém, nunca chegava. Sempre tivemos claro que em algum momento iria ocorrer e celebramos que isso tenha acontecido. O Brasil é um líder na América Latina e suas regulações e resultados serão vistos por toda a América Latina.
Como acreditam que deveria ser a regulamentação e a regulação do negócio das apostas esportivas no país? Esperam que seja com multi-licenças?
Sempre é bom que haja concorrência, por isso que definitivamente recomendamos a multi- licença.
Há muito o que recorrer no que foi feito pelos reguladores europeus.
Nesse sentido recomendaríamos que considerem as regulações europeias como base. A vantagem de começar mais tarde a regulação é a possibilidade de comparar regulações de outros países e seus resultados. Faz sentido começar pelas apostas esportivas e aos poucos ir incorporando o resto das formas de apostas.
O Ministério da Fazenda deve seguir algum modelo de paises com regulação bem-sucedida para ter como exemplo? Qual seria?
Me parece interessante o modelo das Filipinas porque mostra claramente o impacto que a arrecadação impositiva pode ter sobre a arrecadação do estado. O modelo da UKGC (inglês) me parece interessante pela sua proteção ao jogador e pelo padrões regulatórios elevados.
Se pudesse sugerir algo - com toda a humildade - seria que se considerasem válidas as certificações com padrões mais elevados da Europa (UKGC, Malta, AGCC, Gib) de modo que a provisão da variedade de jogos seja mais simples, porém, sem sacrificar a qualidade.
Licenças para os operadores (onde se unifica o lado impositivo) e certificações existentes para os provedores de ditos operadores. Em consequência, os provedores dos operadores colaboram com sua proporção impositiva.
Esse tipo de encontro, como o OGS, onde se compartilha conhecimento é algo que o país necessita para evitar que se siga informando mal a população sobre os falsos “perigos” do jogo?
Uma pessoa sempre teme o que não conhece. Conhecer e se informar ajuda. Ao longo da historia está demonstrado que quem quer jogar encontra uma forma para fazê-lo. De forma regulada ou não. Ao não regular se deixa de cobrar impostos, se desprotege o jogador e se penaliza a quem respeita a lei. Através da regulação o estado protege os jogadores assegurando que o espirito do jogo (entretenimento) se mantenha, e evitando o crescimento das ludopatías. Os impostos sobre o jogo podem representar uma contribuição importante para a arrecadação do estado, porém, temos que ter cuidado para que não seja excessivo, para permitir a chegada dos melhores grupos e os las melhores investimentos a longo prazo.
O jogo online parece ser hoje a modalidade com maior crescimento no mundo, acrdita que esse dado se deve a que?
Definitivamente está relacionado com o avanço das tecnologias. Na Europa o jogo através de dispositivos móveis representa 60% do total das apostas, contra 40% por meio de computadores pessoais. Inexplicavelmente, os operadores de cassinos físicos na América Latina tem feito esforços por causa da demora na regulação do jogo online, quando poderiam tê-la liderado. Ojalá assumissem essa liderança, e se apoiassem na experiência gerada por mercados com história no jogo online.
Em relação a magnitude, que tipo de mercado imaginam que o brasileiro será? Qual produto acreditam que terá mais sucesso?
Na América Latina o jogo faz parte da cultura. Gostamos de jogar, gostamos de apostar. Isso somado ao tamanho da população no Brasil, a penetração da tecnologia e o nível cultural do Brasil nos faz pensar que será um mercado importante e que exercerá uma liderança na região. Da regulação e da atenção do governo depende a possibilidade de que seja o entretenimento, um aporte à sociedade e a arrecadação em vez de um vício e uma forma de perder dinheiro.
Como acredita que o novo governo liderado por Jair Bolsonaro abordará o restante do mercado de jogos no país?
Imagino que avançará com uma regulação protegendo os interesses do povo brasileiro.
Faça contato com [email protected], informe o código OGS19 e garanta a sua inscrição com condições especiais.
Fonte: GMB