JUE 2 DE MAYO DE 2024 - 00:13hs.
Joseph Levy, CEO da PMU Brasil

“Acho que o tema dos jogos deve voltar à pauta durante o novo governo”

No dia da abertura do OGS, que acontece nestas segunda e terça-feira em São Paulo, o GMB conversa com Joseph Levy, CEO da PMU Brasil, que estará no painel que discutirá as modalidade de jogos que já funcionam no Brasil. Ele fala sobre as expectativas para o evento, os resultados que a PMU já conseguiu na operação do turfe brasileiro e se mostra confiante de que o novo governo de Jair Bolsonaro voltará a debater a legalização dos jogos de olho no desenvolvimento da economia.

GMB – Com quais expectativas você chega ao Online Gaming Summit Brasil, um evento inédito para nosso mercado? De que tratará seu painel?
Joseph Levy –
A expectativa é a melhor possível. Eventos como este são importantes para trocar experiências, conhecer outras perspectivas e acompanhar as tendências e evolução do mercado. Faço parte do painel que aborda a oferta de jogos online já existente no Brasil, dentre eles o turfe.

Esse tipo de encontro onde se compartilha conhecimento é algo que o país necessita para evitar que a população siga mal informada sobre falsos “perigos” do jogo?
O mercado de jogos é bastante competitivo e profissional, importante fonte de receitas e de desenvolvimento da indústria do entretenimento em qualquer país aonde o jogo é regulado. Este encontro leva esclarecimento e informação de qualidade através de fontes seguras, de empresas e atores que querem contribuir para o desenvolvimento do jogo de forma responsável e legal. O objetivo é oferecer contato com as melhores práticas do mercado e mostrar o potencial dos jogos no mercado de entretenimento e diversão.

Pode nos adiantar algumas das ideias ou alguns dados que apresentará ao público em seu painel?
Vamos apresentar a experiência francesa no mercado de turfe e, como a partir de 2010, com a liberalização do mercado de apostas esportivas online, as possibilidades de negócio e os resultados aumentaram. Além disso, iremos abordar como a PMU Brasil trouxe essa expertise da França e atua no desenvolvimento das corridas de cavalos no país, nas plataformas online e offline. Desde que chegou ao Brasil, em 2015, a PMU conseguiu reverter a curva de queda de 10% ao ano no movimento das apostas hípicas, para um crescimento de 12% em 2017 e que deve fechar em 8% de aumento em 2018. Esse crescimento nas apostas se reverte em investimento em toda cadeia produtiva da criação de cavalos.

O jogo online parece ser hoje a modalidade de maior crescimento no mundo, acredita que esse fato se deve a que motivo? O negócio do jogo físico está em risco?
As apostas online estão em crescimento e o celular é o meio de maior potencial de crescimento no curto prazo. Atualmente, 62% do total de receita gerada pelos jogos online em todo mundo é feita por celular. Isto ocorre porque o público destes jogos é de uma faixa etária que utiliza constantemente o celular para diversão e trabalho. Se olharmos para as corridas de cavalos, por exemplo, contamos com um público fiel, de idade mais avançada, que ainda valoriza os pontos de venda físicos, onde ele pode jogar e socializar com amigos, e outra parcela mais jovem que já busca a praticidade do mobile. Acredito que teremos um cenário em que as duas plataformas podem se fortalecer, atendendo ao perfil de seu respectivo público alvo.

Como avalia o avanço do jogo online e das apostas esportivas em nível legislativo no Brasil? Acredita que em 2019 já teremos um mercado aberto e regulado?
Temos acompanhado as discussões no Congresso e a rejeição do Senado. A questão da lavagem de dinheiro preocupa muitos grupos e a regulamentação deve ser feita de modo a prevenir e coibir a prática, além de punir os infratores. Ainda tem pontos pendentes fundamentais para poder avançar, como a destinação dos tributos e definição do modelo que melhor contribua para o desenvolvimento econômico do país. Em 2019, acredito que teremos um cenário mais definido neste sentido, mas a abertura e regulação do mercado deve levar pelo menos um ou dois anos ainda.

Como imagina que o novo governo liderado por Jair Bolsonaro abordará o mercado de jogos no país?
O presidente já havia sinalizado, durante a campanha, que haveria uma possibilidade de liberalização em âmbito estadual. Acho que o tema deve voltar à pauta durante o novo governo, sobretudo na questão da busca por novas receitas de tributos e na geração de empregos. É importante lembrar que essa liberação pode gerar mais de 300 mil empregos no país, além de benefícios para a economia e toda a cadeia do turismo, caso haja a integração de resorts com cassinos.


Fonte: GMB