JUE 13 DE NOVIEMBRE DE 2025 - 00:07hs.
Marcos Sabiá – CEO da Galera Bet

“O setor de apostas no Brasil avança com parcerias globais mas precisa combater o ilegal”

Marcos Sabiá, CEO da Galera Bet, conversou em exclusiva com o GMB durante o SBC Lisboa. Na conversa, destacou o avanço do mercado brasileiro de apostas após a regulamentação, com consolidação de grandes players. Ele apontou que combate ao mercado ilegal via estrangulamento financeiro é a melhor forma de proteger o setor. O executivo ressaltou ainda a parceria estratégica com a Playtech e o papel da SPA na proteção dos consumidores.

 

Games Magazine Brasil - Com que objetivos você esteve em Portugal participando do SBC Lisboa?
Marcos Sabiá -
As feiras e exposições ao redor do mundo são sempre oportunidades para arejarmos as discussões, ainda mais por estarmos em um mercado tão intenso como o brasileiro, recém-regulamentado. É sempre importante também entender o que acontece ao redor do mundo e perceber que em mercados maduros muitos dos fenômenos que estamos vivendo nesses primeiros meses de mercado brasileiro também foram comuns em outros mercados que já passaram por essa fase. E, sem sombra de dúvida, poder transitar com o ecossistema e grandes players globais, que estão operando ao redor do mundo e que também fazem parte do ambiente de jogos no Brasil.

Além de participar, como acabou de dizer, para acompanhar o ecossistema, você também participou de palestras e fez parte do júri do SBC Awards. Como você avalia a vinda de tanos brasileiros em busca de novidades assim como você?
É interessante porque comparando com a feira do ano passado, em que nós tínhamos ainda um mercado pré-regulamentação, vemos o que é um fenômeno brasileiro efetivamente de consolidação, com menos players brasileiros, mas com maior robustez, de fato um mercado bastante qualificado. Hoje a gente consegue ver grandes players globais participando do mercado brasileiro e olhando para o Brasil com bastante agudez. É perceptível que a gente tem os grandes operadores globais, todos presentes no Brasil.

Há grandes empresas brasileiras em intensos movimentos de M&A, a consolidação é bastante intensa e vemos o reflexo disso na feira, em que o Brasil é de fato e ainda a bola da vez, é alvo de atenção desses operadores mundiais A consolidação está aí em termos de grandes grupos que estão operando no país.

Como você avalia esses oito meses de mercado regulado, enquanto um importante player no Brasil?
Tivemos um começo de regulamentação bastante complexo e desafiador de conseguir trazer toda a base de jogadores para um novo ambiente de onboarding e KYC. As empresas se dedicaram bastante a esse processo. Nós especialmente nos debruçamos sobre isso e algumas pesquisas até chegaram a demonstrar a Galera Bet como o onboarding mais rápido do mercado.

De fato, houve muita energia nisso e aqui faço também menção à SPA (Secretaria de Prêmios e Apostas), que foi muito sensível a alguns clamores do mercado e tem atuado em parceria com ele no sentido de preservar o que é a regulamentação.

A grande mensagem que a gente tem nesses oito primeiros meses é que existe um mercado regulado que endereçou todas as questões que a sociedade civil tinha de preocupação com o jogo, especialmente protegendo os vulneráveis, menores, as pessoas que possam ser vítimas de compulsão. E combatendo lavagem de dinheiro, abusos e o que poderia ser utilizado como manipulação de resultados. Esta indústria regulada endereçou todos esses temas e agora precisa, tanto da sociedade civil como de autoridades, o apoio e o suporte para que esse mercado possa florescer cada vez mais, gerando empregos, tributação, trazendo essa economia tão viva que é a economia do jogo, saudável, do entretenimento para o país de forma realmente perene.

Esse é o nosso objetivo e eu imagino que nesses oito primeiros meses conseguimos avançar, mas ainda há muito a se fazer, pois é um caminho de construção com a sociedade em demonstrar essa diferença do joio do trigo. Ainda há um caminho das autoridades em encontrarem quais torneiras precisam ser fechadas para que o mercado ilegal seja estrangulado e, daqui a alguns anos, olhar para trás e ver que nós deixamos um legado de bastante desenvolvimento e crescimento econômico para o país.

 



Uma das formas de coibir o mercado ilegal é, efetivamente, a estrangulação financeira?
Eu acredito que tem várias pequenas ações, mas a grande ação efetiva é estrangular esse fluxo de recursos. Por isso o Brasil precisa utilizar a inteligência que já existe no sistema bancário, que eu sempre digo é o grande benchmarking das casas de apostas e que avançou bastante em tecnologia. Hoje, grandes instituições figuram entre as maiores do mercado e tem essa capacidade, para que o sistema consiga estrangular o fluxo de recursos. Tudo é digital e maciçamente através de Pix, então é através desse fluxo que a gente consegue secar as fontes desse mercado ilegal. Com os domínios, é um trabalho incessante que a SPA tem feito, foram mais de 17 mil ou 18 mil sites fechados, mas é enxugar gelo.

De fato, o fluxo de recursos e conseguir identificar as estratégias ou os estratagemas que essas empresas ilegais estão utilizando para conseguir fazer fluir bilhões de reais ainda através do sistema financeiro, é, sem dúvida nenhuma, a melhor forma de a gente combater, acabar com esse mercado ilegal. Com isso, podemos fazer a canalização deste público e desses recursos para o mercado legal, trazendo os benefícios que esperamos desse setor, que não é só tributação, mas trazer essas pessoas para um ambiente seguro, onde elas estejam protegidas para se divertir.

Estamos no estande da Playtech, acionista da Galera Bet. Como eles veem a operação nesse momento?
A Playtech, parceira com presença e relevância global, é uma parceira estratégica da Galera Bet. Como eu disse, todos os players globais estão presentes no Brasil e com a Playtech não é diferente em todas as suas verticais e em diversos negócios. É muito bom fazer parte de um grupo que aposta tanto no Brasil e que tem feito todos esses movimentos de forma bastante saudável e orgânica, construindo uma história no país. Nossa parceria tem três três anos, mas ainda se estendendo em outras marcas, em outras verticais de negócios, demonstrando esse compromisso da Playtech com um longo prazo do desenvolvimento do entretenimento do jogo no país.

Fonte: Exclusivo GMB