VIE 5 DE DICIEMBRE DE 2025 - 01:13hs.
Fellipe Fraga, diretor de negócios, EstrelaBet

“O Brasil precisa estrangular financeiramente o ilegal para o bem da indústria regulada de iGaming”

Fellipe Fraga, diretor de negócios da EstrelaBet, conversou em exclusiva com o GMB sobre o atual momento do mercado brasileiro. Ele destacou a importância do combate às operações ilegais via estrangulação financeira e educação para o bem do país, que ainda prejudica os licenciados, que pagaram por suas licença e recolhem impostos. Fraga se mostrou feliz em estar novamente no SBC Lisboa, “onde aprendemos muito e encontramos inovações que podemos levar para o Brasil”.

 

Games Magazine Brasil – O que você viu de interessante no SBC Lisboa e o que te levou ao evento?
Fellipe Fraga –
O SBC Lisboa está muito legal e ainda mais bem organizado do que a edição do ano passado, que foi surpreendente. O selo de qualidade da SBC é sempre muito legal, né? A gente encontra essa referência muito boa aí nessas viagens afora, e fico ansioso pelos eventos no Brasil, tanto da SBC quanto do BIS, que vai ter ano que vem.

Estar no SBC é uma oportunidade de encontrar, no segundo semestre, as grandes empresas internacionais, os grandes provedores de serviços, e ver as novidades de tecnologia e inovação que vão conseguir agregar para o nosso negócio. Então, é um momento de muito aprendizado para mim e para a empresa e de encontrar novas oportunidades, estabelecer novos negócios e estreitar mais os nossos laços. E eu ainda tive o prazer de falar em dois painéis.

Em um deles representei o Brasil em um painel sobre a realidade LatAm e no outro, falei sobre KYC, a grande novidade de 2025, pela robusta exigência que veio com a regulamentação, junto com o pessoal da Único e com o meu amigo Hugo, da Esporte da Sorte. Nós nos juntamos, falamos um pouco sobre os desafios e ideias, e o que a gente espera do futuro relacionado ao conhecimento de clientes.

É sempre bom estar no SBC para encontrar as pessoas. Os estrangeiros vêm perguntar sobre o Brasil, o que estamos fazendo e os desafios que temos passado no país. Há uma parte educativa e é a nossa hora de contar a realidade brasileira, ouvir um pouco do feedback sobre o que acontece no mundo afora e ouvir que algumas coisas que estão sendo pensadas no Brasil já deram errado na Europa, especialmente no aspecto tributário. Com isso, voltar para casa levando esses insights e falar “olha, vamos focar no combate ao mercado ilegal, que é o único caminho para a indústria poder continuar crescendo e o país também.

 



Na sua avaliação, a principal ferramenta para combater o ilegal seria realmente estrangular financeiramente as transações?
Com certeza. São, na verdade, dois ou três pilares. O primeiro, esse. É muito importante, porque a maioria das ações no Brasil ainda é feita por Pix, e deve continuar, porque ela é rápida, eficiente. Se você consegue seguir o caminho desse dinheiro das transações feitas por operações ilegais via Pix, é possível estrangular financeiramente o ilegal, que não vai ter como sobreviver.

Além disso, todo o trabalho educativo que já está sendo feito. Aí, uma salva de palmas ao trabalho que o Instituto Brasileiro de Jogo Responsável tem executado, com propaganda na televisão, nas redes sociais. As empresas que fazem parte do Instituto já têm se juntado, falado com seus influencers e nós mesmos da Estrela usamos as nossas redes sociais para falar disso e mostrar para as pessoas que as operações que não são .bet.br, no caso das licenças nacionais, são ilegais.

Há ainda a questão do Jogo Responsável, da segurança, do cuidado com o cliente e da proteção contra lavagem de dinheiro. Então, o combate ao jogo ilegal é um caminho longo, mas passa muito, claro, pelo trabalho financeiro. Esse estrangulamento financeiro das operações ilegais vai ser a ferramenta mais eficaz para fazer esse combate e fortalecer o mercado legal.

Com as empresas legais é mais seguro, pois passamos por um processo de regulamentação no Brasil, necessário e, digo mais, exigido, demandado, por nós operadores. E tem um motivo: é melhor para o Brasil pela arrecadação dos impostos. Mas os impostos têm uma certa curva e chega um ponto que começa a afetar o funcionamento das próprias operações e deixa de ser interessante que elas operem no Brasil, e não é o que a gente quer.

Queremos que exista no Brasil um mercado competitivo, saudável, seja com 80, 100, 120 empresas reguladas, mas que consigam entregar um entretenimento responsável para as pessoas e fazer a arrecadação tributária devida para destinações que o governo federal, o Brasil enquanto Estado vai saber direcionar muito bem para as pessoas.

Nosso papel é entregar um produto bom, adequado, onde as pessoas se divirtam e a gente cuide do Jogo Responsável, proteja o esporte na sua integridade, evite tentativas de usar a nossa indústria para lavar dinheiro. A expectativa é façamos esse processo educativo e o melhor para o Brasil. A gente está à disposição para conversar sempre.

O Brasil começou no caminho certo e segue fortalecendo a indústria?
Sim, o caminho é esse. O trabalho da SPA (Secretaria de Prêmios e Apostas), do meu ponto de vista, tem sido muito bom. Tem dialogado conosco e a gente espera que os nossos representantes consigam entender esse setor importante.

Está vindo por aí a regulamentação do cassino físico, do land-based, que vai ser um outro avanço muito grande para o turismo brasileiro e complementar no sentido cultural a nossa indústria dos jogos e entretenimento como um todo. Mas é um caminho árduo. O Brasil tem a oportunidade de fazer e continuar fazendo e melhorando, inspirado em muitas coisas que aconteceram no mundo afora. Isso tem de tudo a continuar. E, como eu falei, nossa indústria como um todo está aberta, disposta e dialogando para poder mostrar esse caminho e ajudar a combater o mercado ilegal que, não é interessante para ninguém.

Quais são os planos de curto prazo da EstrelaBet para o mercado brasileiro?
A Estrela continua trabalhando fortemente para se posicionar como a grande gametech do Brasil. Não somente uma ferramenta de tecnologia, mas de entretenimento completo, onde a pessoa consiga acessar o nosso site e brincar bastante com velocidade, com qualidade, com essa experiência de usuário feita de uma forma plena, começando desde a entrada do registro do KYC com bons parceiros, até lá o momento final, quando ela vai se divertir, jogar, ganhar ou perder, como faz parte, e ganhando ela pode ter a experiência do saque, também muito rápido. Esse cuidado com o cliente de ponta a ponta é o nosso grande objetivo.

O que a gente tem de novidade e é uma coisa diferente. Nós lançamos agora a Corrida das Estrelas, que vai ser realizada em Belo Horizonte, onde as pessoas podem se divertir com saúde, claro, participar de corrida. É algo grandioso e um sonho que a gente tinha há muito tempo de fazer essa corrida de rua e incentivar as pessoas à prática esportiva e saudável. Porque o nosso foco é isso, que pessoa seja mais feliz, brincando conosco, correndo, vendo futebol.

Fonte: Exclusivo GMB