VIE 5 DE DICIEMBRE DE 2025 - 04:18hs.
Fabrício Murakami, CMO e cofundador

“A Pay4Fun é parceira dos clientes para oferecer a melhor experiencia ao apostador”

A Pay4Fun reforçou laços e buscou novas parcerias no SBC Lisboa, destacando o Pix como referência mundial e avaliando a entrada das criptomoedas como alternativa futura. Em conversa com o GMB, Fabrício Murakami, CMO e cofundador, afirmou que a empresa está pronta para novas regulamentações e expansão internacional, já em fase avançada na Argentina.

 

Games Magazine Brasil - Com que objetivos a Pay4Fun esteve no SBC Lisboa?
Fabrício Murakami -
Temos uma parceria de anos com a SBC, com contratos prévios já assinados para participar de todas as edições do evento. Somos muito fãs da infraestrutura e do profissionalismo do pessoal da SBC. Viemos estratificar nossas relacionamentos.

Mais do que clientes, a gente tem amigos na indústria e participamos para reforçar contatos e ver se tudo está em ordem, conversar com todos eles e ver no que podemos ajudar, porque no final das contas o nosso grande diferencial, esse mantra que a gente tem internamente, é pegar o cliente pela mão, ver o que eles estão precisando. Além disso, viemos para fazer novas parcerias, novos contratos e conhecer gente nova, bem como estar em contato com o que existe de novidade no mundo.

Falar em novidade no setor de iGaming para uma empresa de pagamentos fica até difícil, já que o próprio Brasil com o seu Pix já é a grande novidade há alguns anos. Algo pode vir que irá mudar ainda mais o processo de transações financeiras com as bets?
Na verdade, internamente na Pay4Fun fazemos modificações no produto a todo momento, justamente para buscar uma melhor experiência do usuário. Isso também ajuda na questão da conversão, colaborando com nossos parceiros, os operadores que trabalham conosco. Isso é uma busca constante de melhoria.

Tirando isso, batemos na tecla de eventualmente termos uma segunda forma de depósito e de saque. Eventualmente, a cripto pode ser uma boa alternativa. É certo que o Pix é algo instantâneo e uma tecnologia que já está implantada há anos no Brasil, mas ainda assim surpreende, principalmente quando falamos em nível mundial com algumas pessoas que não são do Brasil, ficam impressionados com essa tecnologia.

Acho que a cripo pode ser um backup para o Pix. Existe todo um trabalho que está sendo feito pelo Banco Central com relação à regulamentação da questão da cripto, porque hoje no mercado a cripto só é aceita como um asset. Mas para as para transações, ainda precisa do crivo do Banco Central e estamos aguardando isso. Preparados nós já estamos. Se eventualmente isso for realidade daqui um tempo, a gente já está com a plataforma totalmente preparada para poder integrar mais essa metodologia.

 



A cripto tem um processo de transferência muito parecido com o Pix. Você pega o seu Bitcoin ou o Etherum e transfere imediatamente. Para o e-commerce é outro processo?
Sem dúvida nenhuma ajuda o e-commerce. Eu tenho para mim que no e-commerce uma grande parcela do que é transitado hoje é através de cartão de crédito. É uma vertente forte ainda, sobretudo porque é viável e é possível que uma compra seja parcelada em 10, 12 vezes. Também ajuda na questão do consumo. O Pix, tirando a questão do Pix Programado ou o crédito em Pix, em tese ele é uma transferência única e à vista.

Então, nessa questão para o e-commerce, o cartão de crédito é bastante interessante. É evidente que para cripto, a facilidade que eventualmente nós teríamos no Pix poderia ser feita com uma carteira cripto. Talvez com entrave um pouco mais burocrático, como comprar a cripto, transformar o seu dinheiro em cripto, trazer para carteira e dessa carteira fazer a transferência para o site de aposta ou para um site de compras. É um passo a mais, só que de toda forma o Pix está muito bem estabelecido. E no e-commerce o cartão de crédito ainda é preponderante.

No caso do iGaming, a Pay4Fun está pronta para oferecer também a solução cripto?
Ainda não, porque somos autorizados pelo Banco Central e esperamos as resoluções vindas do nosso regulador. Assim que tivermos esclarecimentos ou a regulamentações a respeito do mercado de, estudaremos alternativas de adicionar isso como forma de pagamento de depósito ou de saque dentro da nossa plataforma.

 



Ela já está pronta para receber isso?
Sem dúvida nenhuma, tanto para cripto como para qualquer outro tipo de entrada e saída de dinheiro, estamos preparados. Havendo a regulamentação, vão existir regras e iremos moldar a nossa plataforma para que atenda essas regras.

Falando em regras, como você avalia esses oito primeiros meses de mercado brasileiro regulado?
Começamos o ano de forma bem complicada. Houve diversos problemas operacionais, tanto de operadores como provedores. As coisas se assentaram ainda no primeiro trimestre deste ano. Agora vemos um crescimento exponencial do nosso mercado e os operadores brigando por espaço de forma limpa e bem competente, tanto quanto aos provedores de pagamento.

Todas as regras que a SPA colocou para suppliers como operadores acabaram entrando no dia a dia das empresas. Talvez, por conta de absorver essas regras, o mercado está em ascensão. Observamos isso pelos novos players entrando e que vêm conversar com a gente.

 



Quais são os desafios que vem pela frente diante do mercado regulado brasileiro?
Há inúmeros desafios. O primeiro talvez seja combater o mercado ilegal. A gente vive batendo nessa tecla. Uma grande parte do share do mercado do Brasil ainda está nas mãos dos sites legais. Então existe uma preocupação do nosso regulador em se combater esses sites, porque afinal de contas, um operador que paga R$ 30 milhões, que tem uma concorrência acirrada no mercado, ter de competir com sites que não tem nenhuma de tipo de preocupação, é no mínimo injusto. Entendemos assim. Uma das grandes formas para se combater esse mercado ilegal é atuar sobre os métodos de pagamento.

Tivemos recentemente uma normativa do Banco Central com relação às empresas que utilizam o PSTI de limitar a transferência de Pix em R$ 15 mil e que pegou mercado de surpresa. No que diz respeito à Pay4Fun, nossos clientes podem ficar despreocupados. Avisamos a todos eles que nós não utilizamos PSTI, pois somos Pix direto. Então não temos esse tipo de trava. Daqui para a frente, o desafio é o combate efetivo sobre os sites ilegais para que esse mercado cresça num ambiente competitivo e mais saudável.

Com toda a experiência da Pay4Fun no mercado regulado brasileiro, você acredita que isso permite à empresa a alcançar novos mercados que estão se regulamentando, já que enfrentaram no Brasil um sistema muito robusto e rígido?
Sem dúvida nenhuma. Cada mercado fora do país tem as suas peculiaridades, então é importante que a gente primeiro se envolva com parceiros que conheçam, que sejam locais e que conheçam a cultura do país, porque foi dessa forma, tropicalizando a operação e sabendo como funciona a questão financeira no país, que a gente conseguiu moldar a nossa plataforma para que fosse aderente ao público que a gente atingia. E da mesma forma precisamos fazer isso em outros países.

Já começamos esse processo em alguns países da América Latina, mas sempre com parceiros locais, porque isso facilita muito o entendimento do que é viável ou não dentro do país. Tendo uma legislação e uma regulamentação robusta, como a que sofremos tanto do Bacen quanto da SPA, é evidente que grande parte do caminho das pedras já tá desbravado. Algumas adaptações precisamos fazer, mas volto a insistir: a questão cultural é muito importante e por isso nos cercamos de parceiros locais.

Quais são os países que em breve nós teremos a Pay4Fun?
O que posso adiantar é que estamos bem adiantados na Argentina. Não para operar o iGaming, mas para algumas outras iniciativas. Estamos em fase final de testes e de homologação de algumas coisas com um parceiro forte. Em breve a soltaremos a informação com exclusividade para vocês e contando um pouco dessa novidade.

Fonte: Exclusivo GMB