Games Magazine Brasil – Que objetivos trouxeram você ao SBC Lisboa?
Leonardo Chaves – Participar de uma feira como essa é onde todo mundo está e onde nos encontramos com amigos e parceiros da OKTO. É um mercado muito globalizado e bastante distribuído, mas apesar de ter bastante gente em operação local nos países, na América Latina, ainda há muitos decisores, participantes ou influenciadores nos headquarters dos operadores.
Aqui a gente consegue encontrar presencialmente as pessoas e fazer reuniões que acabam sendo muito mais produtivas. É onde a gente estreitamos laços e nos posicionarmos melhor em busca de novos clientes, novos parceiros, e olhar um pouco o que está acontecendo na indústria em termos de novidades e o que os operadores estão buscando. Temos uma preocupação, na verdade, de entender qual é o movimento dos nossos clientes. A preocupação dele é o que nos motiva e entender o que ele está buscando e quais são seus desafios para que possamos trabalhar internamente para atender melhor, promover melhorias no produto e tentar antecipar possíveis movimentos, obviamente sempre gerando valor.
Você já vem de uma semana anterior pela Europa e nesta semana no SBC Lisboa. Ou seja, você volta para o Brasil com uma bagagem cheia de projetos a serem desenvolvidos ao longo desse período mais imediato?
Com certeza. O nosso headquarter está aqui na Europa, então volta e meia eu venho aqui para fazer alinhamentos com a equipe local e acabo aproveitando para visitar clientes que estão no continente. A OKTO, por ser uma empresa europeia, tem uma participação muito forte com clientes europeus que trabalham na América Latina e esse relacionamento próximo de ir até o escritório, discutir, apresentar nossos números, nossas sugestões de melhorias, de geração de valor, é sempre muito importante.
Então, acabo aproveitando uma viagem como essa para uma feira e fazer outras conexões e reuniões para geração de valor e estar próximo do cliente. Eu acho que isso faz total diferença. No mundo de hoje, a tecnologia trouxe muita facilidade de comunicação online, mas nada muda o estar junto no olhar e rascunhar, desenhar e definir aquilo que pode ser uma nova solução ou uma melhoria de um processo.

Como você avalia esses oito meses de regulação no Brasil e como a OKTO se preparou para chegar nesse momento de consolidação?
Primeiro, a preparação foi intensa. A gente já em 2023 começou esse processo de ter uma empresa licenciada pelo Banco Central com um participante direto, olhando e estudando intensivamente a regulamentação para poder entender como que nós, de pagamentos, poderíamos oferecer soluções que fossem diminuir a dor do nosso cliente, o operador. Antecipamos muitas das possíveis dores de questões de onboarding, de cadastro do cliente, de registro, de identificação de usuário, já que isso passa pelo processo de pagamento também. Então, se isso passa, a gente tem de entender como melhorar isso. Posso dizer que a gente sucedeu muito, foi muito bom o retorno que a gente teve e como conseguimos contribuir para os nossos clientes no momento mais crítico para eles, que foram os primeiros meses de janeiro e fevereiro.
Isso trouxe visibilidade no mercado, fazendo com que a gente crescesse a nossa base de clientes. Praticamente dobramos o número de clientes nesse ano de regulamentação. Muito pelo boca a boca, por clientes que sabiam que a OKTO estava prestando um bom serviço. No mercado em que a gente atua, a dor do nosso operador é a conversão. Ele põe muito dinheiro, muito esforço em trazer o cliente para dentro. Então, quando ele traz esse potencial jogador para seu site, ele tem de converter. Mensuramos o tempo todo para ver como podemos melhorar esse índice de conversão, fazendo com que esse lead vire um cliente. Olhando para isso que melhoramos os nossos produtos, o nosso serviço e nosso atendimento.
É fácil falar do caminho feliz. O cliente entrou, pagou e jogou, recebeu o dinheiro dele. Mas nem sempre o caminho feliz funciona. Então, a gente gosta de trabalhar também de uma forma muito proativa. Se o cliente teve um problema, buscamos como atendê-lo e entender o seu problema. Queremos entender toda a jornada completa do usuário e melhorar e gerar valor para nossa solução.
Vejo como positivo também esse movimento do Brasil de combater o mercado ilegal ainda muito forte e levantamos essa bandeira para ajudar quem é sério e está licenciado e fazer valer o investimento daqueles que aplicaram por licenças.
E falando um pouco de América Latina, estou levando todo o nosso aprendizado de Brasil para os países da LatAm. Já estamos atuando fortemente no México, Chile, Peru e Argentina, trazendo essa visão mais localizada. Com nossa equipe, olhamos os caminhos e quais as soluções de pagamento mais adequadas, e quais são os “ses” que pode haver dentro desse fluxo para sempre melhorarmos e otimizar nossas soluções aos parceiros, sempre de olho na conversão. O que eu posso fazer para que o meu cliente converta mais? Porque se ele converte mais, quer dizer que eu estou vendendo mais juntamente com ele.

O sucesso vem acontecendo para a OKTO e para seus parceiros?
Com certeza. Os parceiros que trabalham conosco estão realmente juntos, trocando experiência de uma forma muito transparente, porque temos essa visão de ganha x ganha. Estamos crescendo bastante. Na América Latina é mais fácil mensurar porque estamos começando nos países, então o crescimento é exponencial. E no Brasil agora a gente tem números oficiais, o que é legal também, porque agora sabemos exatamente qual é o número oficial do mercado de iGaming no Brasil e detectar a nossa posição destacada.
Quais são os planos mais imediatos da OKTO?
2025 está passando rápido demais. Estamos trabalhando firme no nosso pilar de estar próximo do cliente. A gente fala internamente que temos de trabalhar de uma forma incansável, com amor e dedicação ao nosso cliente. É entender sua dor e os detalhes fazem a diferença. Como o mercado investe muito, mais uma vez eu gosto de frisar essa questão da a conversão, porque é isso que o nosso cliente olha. Às vezes um detalhe pode fazer aumentar a conversão em 1%, e 1% em milhões de transações é algo muito significativo.
É melhorar sempre a tecnologia, uma forma segura no olhar do produto e muito na questão da inovação. O que fazer para tirar fricção dos nossos clientes? Alguns produtos que eu já até comentei aqui em alguma outras entrevistas que a gente implementou e tem tido bons resultados, como o Pay&Play que diminui significativamente a fricção do onboarding através de um simples pagamento. A gente adaptou a versão que tínhamos no passado para cumprir com a regulamentação com o reconhecimento facial. E o Pix Biometria, através do Open Finance, um produto que está sendo muito bem divulgado e explorado. Nós temos a licença do Open Finance, então podemos oferecer o Pix Biometria, que também facilita demais a jornada, evitando o redirecionamento na transação para o aplicativo do banco.
Há ainda as criptomoedas. A OKTO já está pronta para oferecer também essa solução quando o mercado brasileiro regulamentar?
Estamos de olho e tem de ser assim, de estarmos atentos a possíveis movimentações de mercado e nos antecipar para quando for realmente algo que possa ser utilizado e explorado pelos usuários e pelos nossos clientes. Hoje a cripto, na verdade, ainda não é um produto de transação financeira no pagamento e existe até uma limitação de regulamentação para isso. Mas hoje o stable coin, que é a cripto com lastro, é bastante utilizada para fazer pagamentos internacionais. Temos uma unidade de negócio que é a S8, que ajuda não só a OKTO, mas os nossos parceiros em todos os pagamentos internacionais. Já trabalhamos e conhecemos muito bem o que é utilizar a cripto e no momento certo estaremos prontos para oferecer também para os nossos clientes.
Fonte: Exclusivo GMB