Games Magazine Brasil - Qual sua opinião sobre os esforços atuais no setor de jogos do Brasil?
Marcus Fortunato - A proibição de cassinos na década de 1940 e de bingos algumas décadas atrás pouco alterou a cultura de jogos do país. Onde há consumidores, haverá fornecedores. A proibição, na verdade, fomentou a ilegalidade. Com a recente aprovação e regulamentação das apostas esportivas e jogos online, juntamente com as loterias estaduais e municipais, novos mercados legais estão prosperando. Não vejo motivo para que esse crescimento não continue.
Como a PlayAGS se posicionou no mercado atual?
Tem sido uma longa jornada. Nossa estratégia foi, antes de tudo, nos estabelecer como uma empresa brasileira, com talentos brasileiros, profundo conhecimento da cultura do país e uma compreensão do mercado local. Focamos na formação de alianças estratégicas e no desenvolvimento de uma linha de produtos específica para o Brasil. Nunca acreditamos que produtos padronizados dos EUA seriam bem-sucedidos aqui.
Atualmente, temos parcerias sólidas, incluindo a AMZ Loterias, que possui duas concessões lotéricas de 20 anos, e a BETPR (Apostou), com quem assinamos recentemente um acordo para fornecimento de nossos produtos de VLT - Loteria Instantânea. Além disso, nossos produtos de iGaming estrearam recentemente em várias plataformas.
Como seus colegas americanos da PlayAGS enxergam o mercado brasileiro?
A visão é clara, o Brasil representa uma das maiores oportunidades na indústria de jogos. A PlayAGS entende isso, investe de acordo e aprendeu a ter paciência. O Brasil não é para amadores.
Nosso desafio inicial foi a conformidade regulatória. A transição da proibição, juntamente com os tabus e concepções equivocadas sobre jogos, criou alguns obstáculos. Felizmente, o governo nos níveis federal, estadual e municipal está consolidando o futuro com padrões claros e regulamentações bem definidas. Isso gera confiança entre os investidores internacionais.
Como você vê o mercado de "VLT" no Brasil?
Ainda está em seus estágios iniciais, e já há alguns equívocos. Para que as Loterias Instantâneas de Vídeo (VLT) sejam legais, elas devem ser distribuídas por um operador autorizado e sancionadas por uma loteria estadual ou municipal. Essencialmente, são “raspadinhas digitais” com um apelo visual envolvente, nada mais.
A parceria entre a Tictabs e PlayAGS nos permite oferecer uma biblioteca brasileira de VLT - Loteria Instantânea com mais de 100 jogos com certificação GLI-14 e conectados a um servidor central. Atualmente, temos mais de 200 terminais lotéricos em operação, e nossa meta é atingir 1.000 até dezembro de 2025.
A PlayAGS está se preparando para o futuro do mercado?
Nossos esforços começaram há seis anos. Hoje, temos uma equipe brasileira dedicada ao desenvolvimento de jogos, engenheiros engajados nos futuros gabinetes projetados para o mercado brasileiro, que serão fabricados no Brasil, e um departamento técnico treinado juntamente com o departamento de compliance. Estamos mais do que prontos.
Como a PlayAGS vê a concorrência?
O renascimento dos jogos no Brasil ainda está em seus estágios iniciais. Inovação e competência já são evidentes. Uma nova geração de jovens brasileiros motivados está criando um mercado e, inevitavelmente, novas concorrências à medida que a indústria reabre. Reconhecemos humildemente que algumas empresas brasileiras, como Zitro e FBM, estão à frente, e com muita justiça e razão. No entanto, não estamos muito atrás.
É uma maratona, não uma corrida de velocidade. A linha de chegada ainda não está visível, mas já se pode ouvir o clamor da multidão. Se o pódio tiver apenas três lugares, estamos confiantes de que a PlayAGS estará entre os vencedores.
Fonte: Exclusivo GMB
