VIE 26 DE ABRIL DE 2024 - 13:28hs.
Summit de Integridade Esportiva

"Investir em integridade é defender toda a cadeia de valores das modalidades"

O painel que fechou o encontro sobre integridade esportiva realizado pela GovRisk e a Genius Sports debateu a Cooperação judicial e as investigações policias de manipulação de resultados. Participaram desse último debate Ian Cook, Diretor Executivo Associado da Krol; Paulo Castro, Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo; o policial federal Frederico Skora e o Coordenador da Unidade de Prevenção ao Crime e Segurança Pública da ONU, Nívio Nascimento.

Quem abriu o último painel, que foi moderado por Ian Cook, Diretor Executivo Associado da Krol, foi Paulo Castro, Promotor de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo que participou ativamente da alteração do estatuto do torcedor que passou a criminalizar condutas. Na opinião dele, não se pode pensar em regulamentar sem que essa questão esteja pacificada. 

“Mesmo com o porte do futebol no Estado de São Paulo, não se consegue monitorar todas as partidas. E uma vez verificado algo suspeito, o jeito mais lógico de rastrear é através de quebra de sigilo telefônico e a verdade é que nem o Ministério Público e nem a Polícia Civil têm estrutura e verba para absorver o controle dessa atividade”, alertou o promotor que integra a comissão de monitoramento da Federação Paulista de Futebol (FPF). ”Sem um mecanismo de repressão adequado, corremos o risco de o nosso futebol cair em descrédito. É preciso lembrar que a maioria dos jogadores brasileiros de futebol ganham cerca de 300 dólares por mês e por isso é fundamental implementar um modelo que seja efetivo e do bem”, concluiu.

Outro painelista foi o policial federal Frederico Skora que atua na Coordenação de Repressão à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal. Ele lembrou que foi o escândalo chamado Máfia do Apito, de 2005, o pontapé inicial para trazer à luz toda essa discussão. De acordo com ele é preciso ter a dimensão real dos impactos desse novo mercado. É fundamental proteger o futebol por que as perdas vão além da relação entre operador e apostador. “Se o jogo é sujo, o povo não dá bola”. Com essa frase, Skora finalizou a sua apresentação destacando que a falta de integridade reflete na venda de ingressos, na capacidade dos clubes se financiarem e em toda a cadeia de valor, não apenas do futebol, mas de qualquer modalidade em que haja a suspeita de manipulação de resultados.

Fechando o painel, quem tomou a palavra foi o Coordenador da Unidade de Prevenção ao Crime e Segurança Pública da ONU, Nívio Nascimento. Ele concordou que o caminho para a integridade esportiva é a educação, desde a base, para que os atletas tenham um suporte sólido para não aceitar o assédio. Ele destacou também a importância do tema uma vez que muitas vezes os atletas são exemplos para crianças e se colocou à disposição para integrar um grupo de trabalho sobre o tema.

E foi justamente com a ideia de grupo de trabalho que terminou o evento, com três outros convidados à mesa. Celso Silva, diretor de projetos da Secretaria Especial do Esporte, do Ministério da Cidadania, falou sobre a importância de toda a estrutura do esporte brasileiro participar das discussões. O Diretor de Comunicação da Genius Sport, Chris Dougan, destacou que o que está acontecendo no Brasil, a forma que está sendo conduzida a regulamentação é uma grande oportunidade. Segundo ele, no Reino Unido, além do Ministério do Transporte e da Economia, integraram a força tarefa o equivalente ao Ministério da Justiça, os times e as ligas das mais diversas modalidades sempre baseados no consenso de que a educação e a tecnologia são os caminhos para, respectivamente, prevenir e combater as ameaças à integridade esportiva. “O mundo todo sabe o que o esporte e especialmente o futebol significa para o Brasil. Existe uma coalização global para ajudar o país nessa missão de regulamentar o mercado”, finalizou.

Em termos práticos, o Ex-Diretor Executivo do Comitê Olímpico Brasileiro e Medalhista Olímpico de Vôlei, Marcus Vinícius Freire, sugeriu a participação do ex-jogador de vôlei, Emanuel Rego, que é o secretário Nacional de Esporte e a também ex-jogadora e senadora Leila Barros, para integrarem o comitê. “Eles são marido e mulher, mas enquanto ele atua o executivo, ela atua no legislativo e isso pode se trazer uma visão interessante para esse grupo de trabalho. O mais importante é que precisamos ser rápidos nessa mobilização”, concluiu Freire.

Após a realização dos painéis os participantes foram convidados para um coquetel no último andar do prédio do TST que presenteou a todos com um anoitecer de tirar o fôlego e a resposta do por que se diz que o “mar de Brasília é o céu”.

Fonte: Exclusivo GMB

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