JUE 28 DE MARZO DE 2024 - 12:13hs.
Estudo da analista de dados Polli Cavalcanti

Jogo do bicho é um dos 25 temas mais pesquisados pelos brasileiros na internet

A especialista em análise e visualização de dados Polli Cavalcanti publicou uma pesquisa que revela que o jogo do bicho está entre os 25 termos mais procurados no Google pelo público brasileiro, andando ao lado de resultados de futebol, interesse pela previsão do tempo, Gmail e Google Tradutor. Apesar de ser ilegal, é o 'game' mais buscado no país, superando a soma de termos “modernos”, como os eSports GTA, Fortnite, LoL e Counter Strike, e cresceu 140% no primeiro mês do confinamento pela pandemia da COVID-19.

O estudo independente de Cavalcanti se chama “O JOGO DO BICHO NO BRASIL: Uma breve análise da relevância das apostas no país” e nasceu a partir da experiência da autora em buscar temas diversos para entender o público conectado à rede mundial de computadores. Os dados estão baseados no Google Trends, do período de setembro de 2019 até agosto de 2020. O documento pode ser descarregado nesta nota ou ser lido  no próprio site da autora.

Ao buscar quais os assuntos que mais são pesquisados no Google pelos brasileiros, a estudiosa sobre pesquisa digital, investigação de mercados e comportamento nas redes identificou que o jogo do bicho está entre os 25 temas mais procurados, andando ao lado de resultados de jogos de futebol, interesse pela previsão do tempo, Gmail e Google tradutor.

Polli Cavalcanti é publicitária e especialista em tecnologia para negócios. A pernambucana de 31 anos mora em São Paulo há seis e trabalha com análise de informações digitais desde 2011. Ela é supervisora de informações na BITES e seus projetos atuais envolvem criação e análise de metodologias, procedimentos e tecnologias para pesquisa digital, investigação de mercados, repercussão política e comportamento nas redes.

 

 

Na análise, a estudiosa identificou, por exemplo, que na área de “game”, o assunto mais pesquisado é o jogo do bicho, bem distante de outros mais “modernos”, como os eSports GTA, Fortnite, LoL e Counter Strike. “Nem mesmo estes quatro juntos chegam perto da popularidade do jogo do bicho para na pesquisa dos brasileiros”, destaca ela em seu estudo.

Trabalho com análise de dados da internet e realizo alguns estudos por interesses pessoais, e este foi um deles. Eu estava tentando entender as diferenças nos interesses do brasileiro durante a pandemia e me deparei com essa descoberta, que particularmente me empolgou para saber mais. Cheguei à conclusão de que o jogo do bicho está muito presente no dia a dia do brasileiro e que nem todos têm noção do quanto o tema é atual”, comenta Polli Cavalcanti.

Cavalcanti identificou que houve um aumento de 140% na procura por “jogo do bicho online” no primeiro mês do confinamento provocado pela pandemia da covid-19. Polli diz que sabia da popularidade do jogo do bicho, até porque vê filas de pessoas apostando, perto do trabalho e de casa. “Mas a grande surpresa do estudo foi ver que o tema disputa – e ultrapassa – produtos digitais, que estariam muito mais identificados com o público mais jovem que utiliza a internet”, analisa.

 

 

Segundo Polli, o estudo mostra muita coisa sobre o público interessado. “Como é um jogo com mais de um século de criação, pode ser comum pensar que o apostador é uma pessoa tradicional e ‘analógica’ e que o jogo tenha perdido a popularidade, quando na verdade são pessoas digitalmente incluídas. O jogo do bicho continua atraindo a atenção de mais pessoas do que qualquer um poderia imaginar”, explica entre suas conclusões.

Por ter sido um estudo pontual e sem um embasamento para extrapolar os números para a população brasileira como um todo, Polli diz que três a cada quatro brasileiros têm acesso à internet e que o Google é o site mais acessado no país: “Isso dá uma ideia da grandeza da rede e a importância de entender os interesses dos usuários ao utilizar ferramentas de busca”.

Apenas para fins comparativos, Polli diz que identificou em seu estudo que “a busca por alguns sites de apostas esportivas que investem bastante na comunicação digital não chega nem perto do interesse pelo jogo do bicho”.

 

Fonte: GMB