JUE 25 DE DICIEMBRE DE 2025 - 10:43hs.
Deputado Federal Augusto Coutinho

“Votação em Plenário no segundo semestre é um cenário provável”

(Exclusivo GMB) – Defensor da legalização dos jogos, o Deputado Augusto Coutinho conversou com o GMB sobre a tramitação dos projetos de lei no Congresso, prevendo a votação do PL 442/91 na Câmara para o segundo semestre e que as propostas dos deputados e dos senadores se encontrarão. “O resultado final seria uma mistura do que houver de melhor entre esses projetos”.

GMB - Sobre o processo de legalização dos jogos, existe um requerimento de urgência para que o PL 442/91 seja votado em plenário. Qual a situação desse requerimento e qual a expectativa dos para que o projeto seja votado em plenário?
Dep. Augusto Coutinho: O requerimento de urgência foi apresentado no Plenário da Câmara, mas ainda não foi apreciado. Nossa expectativa é que essa votação seja feita no segundo semestre. Primeiro se vota a urgência do projeto, para depois apreciar a matéria. Em alguns casos, já se chegou a votar a urgência e a matéria no mesmo dia, mas não podemos dizer que seja o caso. Fora isso, a comissão especial do PL 442/91 aprovou o relatório do deputado Guilherme Mussi (PP-SP). Então, acredito que a votação no Plenário neste segundo semestre é um cenário provável sim.

Indo para votação em plenário, acredita que o projeto do Marco Regulatório dos jogos seja aprovado com alguma facilidade? Quais alas da câmara dos deputados já garantiram voto a favor do projeto e quais ainda devem ser convencidas?
Apesar de ser um projeto de lei, que necessita de maioria simples, temos que fazer algumas avaliações. Tem uma resistência muito forte por parte das igrejas e do Ministério Público. Logo, os parlamentares ligados a esses segmentos serão contrários, o que pode causar sim dificuldades, tanto para a votação do requerimento quanto para a votação do projeto no Plenário. Tudo terá que ser analisado, na hora em que for para votar esse tema.

Outro projeto, o PL 186/2014, também trata da legalização dos jogos e esta em tramitação no Senado. Como é a relação da Câmara com o Senado quando o assunto é regulamentação do jogo? Em qual das casas legislativas o marco regulatório dos jogos deve ser aprovado primeiro?
Não dá para prever exatamente quem vai encerrar primeiro a discussão. Em termos de processo legislativo, a Câmara está mais avançada. Mas o projeto que estamos avaliando é de 1991, com 14 apensados. A matéria que o Senado está discutindo, que já passou por uma comissão lá, é de 2014, ou seja, muito mais recente. São algumas nuances que temos que considerar. A hipótese que avalio como a mais provável seria a Câmara aprovar o projeto, este seguiria para o Senado e lá os senadores poderiam pegar pontos do projeto que eles já estão avaliando e inseririam no da Câmara. Aí a matéria voltaria para a gente, e os deputados avaliariam se aceitam as modificações ou não, e encaminhariam para a sanção presidencial.

Acredita que é possível achar um caminho em comum para os dois projetos? A regulamentação final dos jogos deve ficar mais parecida com qual projeto?
Sim, acredito que independe de qual Casa conclua primeiro o seu procedimento, a outra fará revisões pertinentes e o resultado final seria uma mistura do que houver de melhor entre esses projetos. Acredito inclusive que o setor de jogos sairá ganhando muito com isso.

Qual a sua analise sobre o potencial do mercado de jogos que será formado no Brasil com a legalização dos jogos em relação à criação de empregos, arrecadação de impostos, fomento ao turismo e outros investimentos que poderão ser feitos?
Creio que estamos todos trabalhando para que tudo isso se torne realidade. Inclusive porque vivemos anos seguidos de crise, provocados por uma série de medidas erradas dos governos anteriores, do PT. Eu particularmente creio que seria mais uma oportunidade que estaríamos criando e o País sairia ganhando com isso, por tudo o que foi falado, por todos os números que se mostram. Logicamente que teremos resistências, mas podemos construir um caminho positivo.

O empresário americano Sheldon Adelson do grupo Sands, esteve no Brasil recentemente e apresentou seus projetos para grandes investimentos no país. Qual a sua posição sobre o interesse de investidores estrangeiros no futuro mercado de jogos brasileiro? Além do grupo Sands, já se fala em outros grupos interessados em investir no país?
Eu tenho uma formação liberal, pela abertura de mercado e a favor da maior participação da iniciativa privada e menor do estado. Acredito, portanto, que, com a devida regulamentação para evitar abusos, o investimento estrangeiro é muito bem-vindo. Inclusive porque provavelmente significará não só o aporte financeiro, mas o know-how de empresas que já atuam no setor lá fora há muito tempo, o que certamente é uma vantagem.

Como deputado do estado de Pernambuco, qual o seu projeto para os jogos no estado? Há alguma possibilidade de se fazer grandes investimentos em regiões como o sertão ou eles devem ficar em locais com maior potencial turístico como Recife e outras cidades?
Isso vai depender de como ficar a configuração final do projeto, porque pode haver uma limitação no número de cassinos e bingos por estado ou região, por exemplo. Dependendo de como ficar, aí é que se pode discutir. É importante colocar que o projeto que está na Câmara propõe um aumento na participação da arrecadação para estados e municípios. A tendência, aliás, é que a regulamentação seja feita com uma distribuição do bolo entre todos os entes da federação, União, estados e municípios, sendo que estes dois últimos receberiam mais. Então, aprovada essa matéria, se tornaria obrigatória a regulamentação por parte dos legislativos estaduais e municipais.

Fonte: Exclusivo GMB