GMB - Qual o sentimento de ser chamado pelo Congresso Brasileiro para expor seus conhecimentos? Por que aceitou participar?
Tiago Horta Barbosa - Tenho um sentimento de imensa satisfação em vista da possibilidade em poder estar colaborando nesse momento tão importante em que se discute a regulamentação das apostas esportivas no país e também contente com a chance de expor um pouco do que sei sobre os meios necessários para a manutenção da integridade esportiva num cenário pós regulamentação. Ademais, entendo o convite como uma espécie de reconhecimento das autoridades do nosso poder legislativo em vista de minha atuação nessa área o que é algo obviamente gratificante. De nenhuma maneira eu recusaria esse honroso chamado.
No que acredita que você e sua empresa podem colaborar nesse momento?
A Sportradar tem atuado de forma bastante ativa em colaboração com autoridades públicas de diversas partes do mundo no tema da legalização e regulamentação das apostas esportivas. Ao longo dos anos pudemos acompanhar o desenvolvimento desse tipo de processo em vários países e entender como eles costumam e devem funcionar. Nossa experiência na área nos possibilitou uma ampla compreensão acerca do tema a partir de uma análise profunda acerca dos erros e acertos praticados nas diversas jurisdições. É exatamente essa expertise que pretendemos compartilhar com as autoridades públicas brasileiras nesse momento de debate. Estamos à disposição para ajudar na construção de um modelo positivo para o Brasil, ou seja que possa contribuir para o fomento da economia do país e atenda também aos interesses de quem empreende na área.
Já no que se refere especificamente à integridade esportiva, a Sportradar é hoje a maior autoridade do mundo no assunto. Acreditamos que um sistema regulado, para funcionar bem, deve ter preocupações nessa área e se esforçar para proteger a credibilidade e imprevisibilidade que sustentam os eventos esportivos e a indústria de negócios que o permeia. Regulamentação e ações de integridade devem caminhar juntas e isso é um fundamento importante que a Sportradar defende e sobre o qual eu irei falar. Um modelo que não observe de forma rígida os preceitos de integridade certamente não irá funcionar e por isso os reguladores devem estar atentos a isso.
Considera positiva a realização desta audiência? É um passo a frente ou mais de tantos que já tivemos no Brasil?
Considero extremamente positiva e salutar a iniciativa do nosso Poder Legislativo de abrir suas portas para que especialistas do seguimento das apostas esportivas compartilhem suas experiências e sugiram alternativas que possam contribuir para a construção e futuro aperfeiçoamento do modelo de regulamentação que será adotado. Talvez o ideal é que essa audiência tivesse ocorrido previamente à aprovação da MP 846 e promulgação da Lei n. 13.756/2018, mas mesmo agora acredito que há margem para que os parlamentares assimilem informações importantes que eventualmente possam compartilhar com os reguladores do Ministério da Economia. Enfim, o canal de debate sobre o tema que agora é fundamental. Tomará que possa se tornar permanente com vistas à constante melhora do modelo que será lançado.
Na sua perspectiva, com essa audiência e o novo governo...acredita que a legalização da atividade está mais próxima que nunca?
Não dá pra negar que a regulamentação definitiva das apostas esportivas no Brasil está muito próxima. A própria promulgação da Lei n. 13.756/2018, em que prazos foram estipulados para a definição das regras, foi um passo claro nesse sentido. A expectativa do mercado e creio que do próprio governo, em vista do potencial arrecadatório trazido pelas apostas esportivas, é imensa e creio que em breve teremos um bom sistema de apostas esportivas em pleno funcionamento no país.
Fonte: GMB