SÁB 18 DE MAYO DE 2024 - 21:51hs.
BgC 2020 - Muito além do futebol

O mercado de eSports e apostas vai dobrar em termos de receitas nos próximos cinco anos

“Muito Além do Futebol: novas modalidades de apostas' foi o painel de fechamento do primeiro dia do BgC. Moderado por Angelo Alberoni, Country Manager Brasil do Betmotion, contou com André Akkari, CEO da Furia eSports, e Álvaro Cotta, Diretor de Marketing da NBB – Liga Nacional de Basquete. “Segundo um estudo da consultoria internacional H2 Gambling Capital, o mercado de eSports e apostas vai dobrar em termos de receitas nos próximos cinco anos”, destacou o mediador do encontro.

Alberoni questionou Akkari sobre quais os principais desafios para uma marca de eSports integrar-se com o mundo das apostas esportivas. O dirigente da Furia eSports disse que “temos uma plataforma muito importante e com 14 marcas TOP em todo o mundo, como Nike, Unilever e outras. Além disso, nos unimos à Rivalry, empresa de apostas esportivas que tem nos proporcionado uma experiência muito interessante. Tivemos de ser muito cuidadosos, já que o mercado de eSports tem tipos de jogos diferentes, em categorias distintas e com targets diferentes”, comentou.

Segundo ele, quando se fala em eSports, “temos de pensar como se fosse uma Olimpíada, com diversas modalidades e todas elas importantes e com histórias diferentes. Assim como o basquete é singularmente gigantesco no mundo inteiro, o CS e o LoL também o são. O benefício de se ter uma organização de eSports é estarmos ligados a várias dessas categorias”, conta.

O grande desafio na área dos esportes eletrônicos, segundo Akkari, foi ter definido faixas etárias, já que cada modalidade envolve públicos de determinadas idades, assim como condições sociais diferentes, já que algumas modalidades podem ser jogadas em celulares enquanto outras exigem computadores com mais recursos. “Resolvido isso, passamos a ensinar as pessoas sobre como apostar nos eSports e a partir daí, a paixão é que dá o tom do nosso negócio, com grande engajamento”, diz.

 

 

“A tônica da educação para o cliente de apostas esportivas é fundamental, fazemos isso no Betmotion e defendo isso há mais de dez anos. Temos um público apaixonado por esportes e eSports e nada como ensinar as pessoas sobre como entender o mundo das apostas”, diz Alberoni.

Segundo ele, o NBB tem essa visão e tem se consagrado como uma das mais profissionais organizações esportivas, por isso indagou Álvaro Cotta sobre como envolver a torcida a uma entidade relativamente nova e as apostas esportivas, também algo novo no Brasil.

O dirigente da Liga Nacional de Basquete disse que a entidade já nasceu com uma característica importante na atualidade. “As decisões devem ter foco coletivo, vislumbrando o crescimento do basquete como um todo, acima de um time individualmente sobre outro. Todas as decisões são tomadas em conjunto pelos clubes e isso fortalece a Liga. É importante também olhar para o mercado. Todos os projetos e estratégias, não só pontuais, mas também para um período mais longo, devem levar em conta os fãs. São eles que fazem o sucesso de uma entidade esportiva e, claro, para o esporte em si. Temos de levar experiências marcantes para os fãs para que o negócio sobreviva. É importante atraí-los para o seu conteúdo de maneira a atrair marcas interessadas em se comunicar com essa comunidade”, explicou.

De acordo com Cotta, “no basquete temos um perfil de fãs bastante variado e dependente da plataforma utilizada. Como já adotamos há alguns anos a multiplataforma, ampliamos a atração de público. Hoje, unimos a TV aberta com Facebook, Instagram, Tik Tok, Tweeter etc, também com a TV fechada. E cada conversa é diferenciada conforme a plataforma que estamos conversando com nossos fãs”, comentou.

Angelo Alberoni citou um case de sucesso do Betmotion com o NBB, “em que trabalhamos por meio de lives nossa parceria e esse modelo é bem diferente do que tem sido feito no Brasil e estamos conseguindo um bom engajamento. Interagir com seu fã dá um reforço de marca bastante importante. Patrocinamos duas partidas do NBB pelo Facebook com um nível de engajamento absurdo e um retorno de mídia muito legal e uma linguagem muito fácil com o público do basquete”.

 

 

Ainda sobre engajamento, Alberoni disse que vê isso nos eSports e a Furia tem conseguido isso, já que é uma marca apaixonante e os fãs são vidrados no time e têm um nível de conhecimento do produto absurdo. “Queria entender como a pandemia, com a suspensão de eventos tradicionais, afetou a Furia e os eSports de modo geral”, levantou a bola o Country Manager do Betmotion para André Akkari.

O CEO da Furia disse que “apesar de eu nunca ter visto nada tão triste como essa pandemia, não posso negar que isso fortaleceu os eSports. Não é motivo de comemoração esse crescimento, pois ele viria de qualquer maneira, mas com o confinamento, esse crescimento aconteceu diferentemente do que imaginávamos”.

Segundo Akkari, um estudo nos Estados Unidos apontava que em oito anos os eSports iriam ultrapassar o esporte tradicional em termos de audiência e engajamento, mas com a pandemia, isso foi reduzido para cinco anos. Para o Brasil, a análise era de que levaria dez anos e agora, fala-se em sete anos. A redução dessas expectativas se deu em função da falta de ofertas de esportes tradicionais e as pessoas são loucas pela ação e começaram a se aproximar dos eSports na perspectiva de poder acompanhar outras possibilidades de competição. "A Furia, assim como todo o mercado de esportes eletrônicos se beneficiou dessa busca. Até então, um jogo da Furia tinha um público de cerca de 400 mil pessoas assistindo nas várias plataformas, enquanto hoje chega a 870 mil pessoas”, narra.

“Com esse crescimento, ficou fácil promover o crescimento da atividade, já que surgiram mais eventos online, uma facilidade pela própria maneira de ser dos eSports”, comentou Akkari, comparando com a fase pré-início da NBA: “os gráficos de audiência apontavam um crescimento vertiginoso para os eSports e quando a liga americana de basquete voltou, deu uma pequena diminuída. Isso nos dá a certeza de que esse patrimônio não será perdido”.

 

 

Álvaro Cotta disse que a troca de experiências entre os esportes tradicionais e os eletrônicos é fantástica. “Do mesmo jeito que os esportes tradicionais têm muito a aprender com os eSports, temos de identificar nesse cruzamento o que é possível realizar em conjunto. Muitas ações não são concorrentes e podem permitir levar mais entretenimento para as pessoas que gostam de uma ou outra atividade”, colocou o dirigente.

De acordo com Alberoni, houve uma grande procura por eSports durante a pandemia e mesmo com o retorno dos esportes tradicionais a procura continua grande. “Segundo um estudo da consultoria internacional H2 Gambling Capital, o mercado de eSports e apostas vai dobrar em termos de receitas nos próximos cinco anos. Então queria entender do André como é para uma equipe a questão da integridade e como é a sinergia entre apostas, jogos e um público tão jovem”.

Akkari disse que há grandes divisões entre as várias plataformas e jogos. “A primeira grande preocupação era definir qual o jogo em que iríamos fazer as maiores campanhas e conexões, derivadas do target daquele jogo. Além disso, criamos internamente programas de integridade para jogadores, técnicos, gerentes etc. Há um conjunto de palestras focadas nisso e acompanhando o que acontece em todo o mundo. Não nos conectamos, por exemplo, com nenhuma liga ou franquia que não seja cumpridora de todos os planos de integridade e de planejamento de controle, controle de gravação de telas e jogos e por aí vai”, explicou.

Ao finalizar o painel, Angelo Alberoni deixou o recado a todos de que as apostas esportivas vieram para ficar “e podem ir muito além dos esportes tradicionais”.

Fonte: Exclusivo GMB