VIE 19 DE ABRIL DE 2024 - 10:38hs.
Angelo Coronel – Senador pela Bahia

“Todas as modalidades de jogos devem ser legalizadas no Brasil e trabalharei para isso”

Em entrevista exclusiva para o GMB, o Senador baiano Angelo Coronel (PSD) defende a legalização de todos os jogos, dizendo que é o relator de um PL de seu colega do Maranhão Roberto Rocha (PSDB), mas que irá propor uma regulamentação ampla para o setor. “Não posso admitir que quem já está há anos bancando este mercado seja excluído. Vou apresentar o relatório até o final de agosto e fazer uma pressão junto aos líderes partidários para que o projeto vá a Plenário pois estou focando muito na questão de durante e pós-pandemia', afirmou Coronel.

GMB - Já em seu primeiro mandato, o senhor propõe a legalização dos jogos num Brasil que ainda tem um certo tabu sobre a atividade. Como encara tal proposição e o que pensa do setor de jogos?
Senador Angelo Coronel
- A hora é agora. Estou relatando um projeto de autoria do senador Roberto Rocha, do Maranhão, só que nesse PL ele propõe a legalização apenas dos cassinos. Sou contra, pois quero uma legalização ampla para que todas as modalidades de jogos sejam legalizadas. Não posso admitir que quem já está há muitos anos bancando o jogo ser excluído. Vou apresentar o relatório até o final de agosto e tentar fazer uma pressão junto aos líderes partidários para que o projeto vá a Plenário, pois estou focando muito na questão de durante e pós-pandemia. O Brasil vai precisar de fontes alternativas de receitas e com o projeto poderemos dar um avanço na legalização dos jogos prevendo um acréscimo de receita em nossa economia.

De modo geral, a bancada evangélica sempre se colocou contra a aprovação de uma lei para a atividade. Como vencer tal barreira?
Existem alguns obstáculos por parte de alguns parlamentares, embora uns não externem isso. Precisamos convencer essas bancadas, especialmente a evangélica, a votar com racionalidade. O Brasil precisa de fontes alternativas de receita para melhorar sua economia. Só se reduz impostos se criarmos novas fontes e uma dessas será a cobrança de impostos do jogo.

Que avaliação o senhor faz do setor de jogos e como mostrar à sociedade a importância da atividade?
Já passou da hora do Brasil legalizar seus jogos. No passado, tivemos cassinos, inclusive na Bahia, que foram desativados e temos de acabar com o tabu de que os jogos causam prostituição e tornam as pessoas viciadas. No Senado, irei trabalhar e fazer de tudo para que coloquemos a matéria em votação o mais rápido possível.

Estudos apontam que o setor pode contribuir com bilhões de reais em impostos e milhares de empregos. Como analisa tal questão?
Os jogos já ajudam muito no combate ao desemprego. Conheço muitas pessoas no interior da Bahia que são cambistas e que estão com suas pules fazendo seu jogo. Isso é importante num país onde temos milhões de desempregados e não podemos simplesmente achar que o jogo, por ser ilegal, não contribui para o desenvolvimento do Brasil. Acho que até hoje, mesmo na ilegalidade, é de suma importância. Repito que ele gera emprego, gera renda indireta e mesmo que você não pague imposto, as pessoas investem em outras coisas e isso gera impostos.

A Bahia possui inúmeras regiões aptas a receber investimentos e a implantação de um resort com cassino. O estado já está preparado para ser um polo de desenvolvimento da atividade?
A Bahia e outros estados têm grande vocação para grandes cassinos-resorts, que vão gerar imposto e renda. Além do mais, o jogo ocupa a mente das pessoas. Vejo que muitas pessoas, especialmente aposentados, estão sentadas em sua máquina, jogando suas fichas. Devemos pensar na parte positiva e não apenas na ruim. Por isso, no Senado, irei lutar e convencer meus colegas para que aprovemos a matéria, assim como na Câmara dos Deputados.

Fonte: Exclusivo GMB