MAR 23 DE ABRIL DE 2024 - 19:57hs.
Dep. Felipe Carreras (PSB), relator do novo Marco Regulatório do setor

“Chegou a hora de acabar com a hipocrisia, pois na ilegalidade os jogos já funcionam no Brasil”

Em entrevista ao programa Passando a Limpo, da Rádio Jornal, na manhã desta terça (14) o deputado federal Felipe Carreras (PSB), relator do novo Marco Regulatório dos Jogos, afirmou que “chegou a hora de acabar com a hipocrisia”, pois os jogos, como o do bicho, mesmo na ilegalidade, ja funcionam no Brasil. Na avaliação do socialista, a proposta poderá gerar empregos e impostos, além de alavancar o turismo. O deputado disse que não há interferência do Palácio do Planalto no assunto.

“Chegou a hora de acabar com a hipocrisia, regulamentar algo que, em grande parte, já está presente na cultura do nosso pais. Além disso, quando falamos dos grandes cassinos internacionais, falamos de investimentos bilionários, falamos de projetos que são exitosos em grandes nações. Então chegou a hora de enfrentarmos esse desafio que esta posto para a gente, e vamos trabalhar com dialogo, com argumentos sólidos, explicando que isso vai gerar impostos, empregos, no momento em que o Brasil precisa de uma grande retomada do turismo internacional”, disse Carreras.

O deputado disse que não há interferência do Palácio do Planalto no assunto. “Zero. Não tem sinalização alguma do Planalto, é algo muito do Parlamento mesmo”. 

Carreras acredita que o Brasil tem maturidade para liberar a jogatina. “Tem que ter. Se você tem regra, critério, transparência… Eu penso que isso é fruto do debate, de um debate que precisa ser feito e talvez esta seja a hora. Se você coloca uma agência para regulamentar e tem regra clara, se a gente se debruçar e tiver lei, com tecnologia, a gente tem como rastrear tudo.”

Evangélicos

O deputado afirmou ainda que o tema não pode deixar de ser debatido por causa das más experiências tidas no Rio de Janeiro. Carreras pontuou ainda que irá conversar com parlamentares e igrejas evangélicas para apresentar o projeto e construir um texto que conte com o apoio dos religiosos.

“Tem gente que tem um preconceito ao falar de jogo do bicho. Quem não conhece amigos e amigas que todos os dias jogam o jogo do bicho? Quem vai a uma periferia no Recife ou qualquer capital do nosso país [observa isso]. Não podemos, simplesmente, não discutir um tema por causa do Rio de Janeiro. Sabemos qual é a cultura do Rio”, declarou Felipe.

“Se formos hoje ao subúrbio do Recife, ou de qualquer outra capital, existe uma igreja e ao lado tem uma banca de jogo do bicho. O pessoal lá, com o tabuleiro, trabalhando e sustentando sua familia. Este é o Brasil real. Então, vamos conversar com vários colegas da Bancada Evangélica, muitos são sensíveis”, completou o deputado, afirmando que vai ao jogo quem quer. “Vamos conversar com as igrejas. Por que não usar parte desse recurso a ser arrecado em entidades ligadas a igrejas para recuperar drogados?”, concluiu.

Marco Regulatório dos Jogos

Na última sexta-feira (10), o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), criou um grupo de trabalho com o objetivo de debater um Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, que toma como base o projeto de lei PL-442/91, que tramita há 30 anos na Casa. O grupo é coordenado pelo deputado Bacelar (Pode-BA), presidente da Comissão de Turismo da Câmara, e tem como relator o deputado pernambucano Felipe Carreras (PSB-PE).

O prazo para conclusão dos trabalhos no texto que regulamenta os jogos de azar é de 90 dias. Os outros deputados que integram o grupo são Augusto Coutinho (SDD-PE), Marx Beltrão (PSD-AL), Leur Lomanto Junior (DEM-BA), Herculano Passos (MDB-SP), Otávio Leite (PSDB-RJ), Bibo Nunes (PSL-RS), Newton Cardoso Jr (MDB-MG) e Vermelho (PSD-PR).

Fonte:  jc.ne10.uol.com.br / GMB