JUE 2 DE MAYO DE 2024 - 08:21hs.
OPINIÃO - Alexandre Manoel da Silva, subsecretário da SEFEL

O setor de loterias do Brasil está muito distante da “fronteira tecnológica”

O subsecretário de Governança Fiscal e Regulação de Loteria do Ministério da Fazenda presenciou em Miami o Smart Tech 2018, evento organizado pelo Public Gaming Research Institute & The Florida Lottery. Em uma coluna de opinião exclusiva para o GMB, ele fala sobre suas conclusões após o evento. 'O consumidor brasileiro se depara com um sistema de loterias bastante atrasado, em relação ao que ocorre no mundo desenvolvido', admite Alexandre.

Junto com Altair Mendanha, Coordenador da área de Loterias, fomos convidados a ir à Miami para o Smart Tech 2018, evento organizado pelo Public Gaming Research Institute & The Florida Lottery. Desta vez, diferente de outras feiras, o Ministério da Fazenda não participou de palestra ou painel; “apenas” nos limitamos a ir para aprender e buscar conhecimento sobre o tema.

Eu, particularmente, nunca havia ido a tal seminário, e gostei bastante, principalmente por tratar especificamente sobre loterias, que é a única modalidade de jogos com apostas legalizada no Brasil; sendo, portanto, o tema com que realmente me deparo dia-a-dia no Ministério da Fazenda.

Tirei várias conclusões sobre o seminário. A principal delas é que, no Brasil, o setor de loterias está muito distante da “fronteira tecnológica”. Estamos muito distante do que há de inovador ou moderno em loterias, em quaisquer das modalidades lotéricas existentes (sorteio de números/ou prognósticos esportivos).

Há um longo caminho para se aproximar dessa fronteira; não se trata apenas de desalinhamento de payout, trata-se também de distribuição e de produtos modernos. A distância é enorme.  

Por exemplo, lá nos EUA eles discutem como melhorar as vendas pela internet para alcançar o público mais jovem, sobretudo. Aqui, ainda não é possível nem mesmo fazer uma aposta lotérica virtualmente. O consumidor brasileiro se depara com um sistema de loterias bastante atrasado, em relação ao que ocorre no mundo desenvolvido.

No curto prazo, a melhoria esperada no setor de loterias depende principalmente da entrada do novo concessionário  no mercado brasileiro, a partir da concretização da Lotex, e do alinhamento dos payouts da CAIXA ao que é praticado nos países desenvolvidos.  

Com essas duas ações, o Ministério da Fazenda espera que se estabeleça um duopólio concorrencial no setor de loterias, levando esse setor à modernização e à inovação, gerando empregos, aumentando a renda e alavancando a capacidade fiscal contributiva do setor, de modo a ampliar os serviços públicos oferecidos pelos beneficiários sociais das loterias (segurança pública, seguridade social, etc.).


Alexandre Manoel da Silva
Subsecretário de Governança Fiscal e Regulação de Loteria do Ministério da Fazenda