Junto com Altair Mendanha, Coordenador da área de Loterias, fomos convidados a ir à Miami para o Smart Tech 2018, evento organizado pelo Public Gaming Research Institute & The Florida Lottery. Desta vez, diferente de outras feiras, o Ministério da Fazenda não participou de palestra ou painel; “apenas” nos limitamos a ir para aprender e buscar conhecimento sobre o tema.
Eu, particularmente, nunca havia ido a tal seminário, e gostei bastante, principalmente por tratar especificamente sobre loterias, que é a única modalidade de jogos com apostas legalizada no Brasil; sendo, portanto, o tema com que realmente me deparo dia-a-dia no Ministério da Fazenda.
Tirei várias conclusões sobre o seminário. A principal delas é que, no Brasil, o setor de loterias está muito distante da “fronteira tecnológica”. Estamos muito distante do que há de inovador ou moderno em loterias, em quaisquer das modalidades lotéricas existentes (sorteio de números/ou prognósticos esportivos).
Há um longo caminho para se aproximar dessa fronteira; não se trata apenas de desalinhamento de payout, trata-se também de distribuição e de produtos modernos. A distância é enorme.
Por exemplo, lá nos EUA eles discutem como melhorar as vendas pela internet para alcançar o público mais jovem, sobretudo. Aqui, ainda não é possível nem mesmo fazer uma aposta lotérica virtualmente. O consumidor brasileiro se depara com um sistema de loterias bastante atrasado, em relação ao que ocorre no mundo desenvolvido.
No curto prazo, a melhoria esperada no setor de loterias depende principalmente da entrada do novo concessionário no mercado brasileiro, a partir da concretização da Lotex, e do alinhamento dos payouts da CAIXA ao que é praticado nos países desenvolvidos.
Com essas duas ações, o Ministério da Fazenda espera que se estabeleça um duopólio concorrencial no setor de loterias, levando esse setor à modernização e à inovação, gerando empregos, aumentando a renda e alavancando a capacidade fiscal contributiva do setor, de modo a ampliar os serviços públicos oferecidos pelos beneficiários sociais das loterias (segurança pública, seguridade social, etc.).
Alexandre Manoel da Silva
Subsecretário de Governança Fiscal e Regulação de Loteria do Ministério da Fazenda