A Caixa usará recursos de um acordo feito com a seguradora francesa CNP Assurances (a francesa pagou R$ 4,65 bi para vender seguros dentro das agências do banco estatal) para fortalecer sua estrutura de capital e aumentar sua capacidade de oferta de crédito, informou Souza.
O movimento é o primeiro de uma série de iniciativas lançadas pelo banco estatal nos últimos anos para levantar recursos com vários de seus ativos e fortalecer os níveis de capital, que ficaram bastante debilitados na esteira da fracassada campanha do governo federal de usar os bancos públicos para tentar reanimar uma economia na trilha da recessão.
Após o acordo com a CNP Assurances, o banco estatal vai retomar o processo de venda de seu braço de loterias instantâneas, a Lotex, que fracassou em julho por falta de interessados. Pelo negócio, o governo esperava um lance mínimo de 1 bilhão de reais. “Estamos reformulando o modelo de negócios da Lotex para dar maior atratividade a investidores e vamos voltar ainda em 2018”, disse Souza. “Interessados tem.”
Depois de ouvir as razões das empresas para não se apresentar na data limite de ofertas e com a anulação da MP 841 (subsrituída pela MP 846) que gerou tanta insegurança nas companhias estrangeiras, a Secretaria de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria da Ministerio da Fazenda (SEFEL), o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), o Tribunal de Contas da União (TCU) e técnicos do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) consideram que é o momento de avançar com força para definir a melhor estratégia de continuação da privatização da LOTEX.
Os estudos elaborados pelo BNDES, concluídos em agosto do ano passado, definiram um valor mínimo de outorga de R$ 542 milhões. Porém, o leilão da Lotex, foi cancelado por não receber nenhuma proposta por parte das empresas internacionais que haviam manifestado interesse.
A SEFEL e o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) resolveram continuar com a privatização da loteria instantânea e já trabalham na confecção de novos editais. Ambas as organizações acreditam que este processo ainda pode ser finalizado em 2018 apesar das eleições presidenciais de outubro. Sem prazo, SEFEL e BNDES não planejaram fixar datas já que existem vários temas a se resolver antes.
O leilão da chamada "raspadinha" sofreu vários adiamentos, mudanças nos valores de outorga e nas regras, em geral com o objetivo de atrair um grande operador estrangeiro para atuar no Brasil e concorrer no segmento de loterias com a Caixa Econômica Federal, que foi obrigada a ficar de fora do leilão.
Fonte: GMB