VIE 26 DE ABRIL DE 2024 - 04:22hs.
Satisfação e emoção de todas as partes

Para o Governo, a LOTEX era uma “pedra no sapato” que terminou da melhor maneira

Todas as partes envolvidas neste longo processo de concessão se abraçaram, respiraram aliviadas e não esconderam a alegria desse final de sucesso. O BNDES, a secretário do PPI e o Ministério de Economia diminuíram a importância de apenas ter havido uma oferta e, pelo contrário, consideraram como um dado mais importante, já que são as melhores empresas do mundo que chegam ao Brasil. Admitiram que por seus leilões desertos, a LOTEX era “uma pedra no sapato”, mas valorizaram o resultado do trabalho de todos.

“Era uma pedra no sapato, um nó na garganta que hoje, finalmente, foi engolido”, se expressa Wesley Callegari Cardia, secretário especial do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos). Depois de dois leilões sem interessados, conseguiram completar a venda da Lotex para o consórcio Estrela Instantânea hoje.

“Foi só um interessado, mas é disparado o maior operador do mundo. Queremos sempre que sejam empresas que conhecem o ramo e que, portanto, terão uma operação bem-sucedida e segura”, defendeu Wesley. O chefe do Departamento de Estruturação de Parcerias 1 do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guilherme Albuquerque, concordou que o leilão não deu errado apesar de ter tido apenas uma proposta feita e disse que o consórcio vencedor vai investir no país, que é o maior mercado de loteria ainda não explorado.

Para atrair investidores para a compra da Lotex, SECAP, BNDES e PPI uniram forças para trazer uma melhor comunicação para captar bons possíveis compradores e não mudar o valor mesmo após dois leilões sem nenhum interessado. “Embora tenham tido dois leilões desertos, o BNDES, o PPI e o Ministério da Economia não mudaram um centavo do estudo feito. A única diferença é que o parcelamento era de 4x e agora passou a ser em 8x”, explica Guilherme.

Albuquerque também comemora a atração dos dois maiores operadores lotéricos do mundo. “Eles investiram em cerca de 65 mil pontos de vendas no País. o Brasil é o maior mercado de loteria não explorado”, afirmou Albuquerque. "O que foi planejado pelo banco, e os operadores concordam com isso, são 65 mil pontos de venda do país. Embora tenha tido dois leilões desertos, não mudamos os estudos feitos. O que aconteceu do primeiro para cá foi uma questão de transparência e comunicação ao mercado e mudamos o parcelamento de quatro para oito vezes", diz ele.

Nas loterias instantâneas, pode-se dividir o faturamento em três partes: 65% vai retornar para o apostador na forma de prêmios, 18,3% é para remuneração dos operadores e 16,7% vai retornar para o governo sob a forma de “imposto voluntário”. Alexandre Manoel, chefe da SECAP (Secretaria de Avaliação de Políticas Públicas, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Economia), garantiu que maior parte desse importo vai para a segurança pública. 

De acordo com o secretário Alexandre Manoel, juntas, as duas empresas do consórcio, que estão listadas na bolsa de Nova York, gerenciam mais de 80% do mercado mundial de loterias. “É de suma importância que o serviço seja explorado pelos maiores do mundo, porque quanto mais eles arrecadaram, mais o governo arrecada”, argumentou.

“Em até 5 anos, esperamos que o consórcio fature um determinado montante que irá gerar para segurança pública cerca de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões por ano”. Muito mais importante do que a outorga, é esse faturamento anual. Em 15 anos, irá gerar muitos recursos para a sociedade, segundo o Alexandre.

A projeção do BNDES é que a operação da Lotex gere R$ 19 bilhões de retorno para o governo nos 15 anos de concessão. No cálculo que leva em conta os tributos, o valor seria de R$ 23,5 bilhões. A empresa poderá explorar o serviço por 15 anos, contando o tempo necessário para a estruturação do negócio. A companhia será responsável pela operação da Lotex em todo território nacional, em revendedores físicos e em canais eletrônicos, como internet e smartphones.

Também estiveram presentes o diretor de Privatizações do BNDES, Leonardo Cabral e o secretário especial de Fazenda adjunto, Esteves Colnago Júnior.

Fonte: Exclusivo Games Magazine Brasil