VIE 26 DE ABRIL DE 2024 - 07:25hs.
1ª Vara Federal de Duque de Caxias

Justiça do Rio suspende decreto do Bolsonaro que autorizou abertura de igrejas e lotéricas

Uma decisão do juiz federal Márcio Santoro Rocha, da 1ª Vara Federal de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, suspendeu a validade de decretos do presidente Jair Bolsonaro que incluíam igrejas e casas lotéricas nas atividades consideradas essenciais, que não precisam parar mesmo diante da crise causada pela pandemia de coronavírus. Na decisão, o juiz indicou que 'o acesso a igrejas, templos religiosos e lotéricas estimula a aglomeração e circulação de pessoas”.

O magistrado também determinou que Bolsonaro se abstenha de tomar medidas contrárias ao isolamento social, utilizado na prevenção da COVID-19, doença causada pelo coronavírus em circulação no mundo. O magistrado atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF), em caráter de urgência.

O juiz Márcio Santoro Rocha declarou que o presidente não deve editar novos decretos que incluam como serviços essenciais serviços que não estão previstos na lei 7783, que trata do assunto. "O acesso a igrejas, templos religiosos e lotéricas estimula a aglomeração e circulação de pessoas", descreve o magistrado em um trecho da decisão.

Ainda de acordo com o magistrado, as ações de isolamento social ocorrem para preservar a sociedade, combater a epidemia e alertou que "tais medidas são fundamentais para que o sistema de saúde - público e privado - não entre em colapso, com imprevisível extensão das consequências trágicas a que isso pode levar".

Jair Bolsonaro criticou as medidas de isolamento social, adotadas a nível estadual e municipal, frisando que, embora seja necessário cuidar da saúde da população, também se deve prevenir o duro efeito econômico que a pandemia possa causar.

Na quarta-feira passada, o Presidente brasileiro decretou a reabertura imediata de todas as casas de apostas, que operam sob tutela federal. No dia seguinte, a medida foi alargada a igrejas de todas as religiões.

Bolsonaro, que por várias vezes classificou a COVID-19 de "gripezinha" e "histeria", considerou as atividades religiosas e casas de apostas como "serviços essenciais".

Fonte: GMB