Um dos pilares dessa atuação é a parceria com o RioSolidário, responsável pela manutenção de espaços de educação infantil em territórios como Vila do João, Cidade de Deus e Jardim Batam. Nesses locais, crianças entre 6 meses e 3 anos e 11 meses encontram bem mais que acolhimento. O atendimento inclui quatro refeições diárias, acompanhamento pedagógico, professores especializados, uniformes, materiais educativos, atendimento às famílias e estímulo ao desenvolvimento das mães — contribuindo para renda, autonomia e inclusão.
Só na creche da Vila do João, no Complexo da Maré, o projeto tem capacidade para atender até 250 crianças, oferecendo jornada integral das 7h às 17h30, com equipe multidisciplinar, materiais pedagógicos completos, acompanhamento social e alimentação estruturada. O espaço ainda inclui nove casos de inclusão especial, reforçando o caráter integral da assistência.
As creches também se apresentam como pontos de segurança e estabilidade diante da rotina adversa vivida por quem mora nesses territórios — onde tiroteios recentes, barricadas e circulação de homens armados ainda fazem parte do cotidiano. Todas as crianças são tratadas com dignidade, num ambiente alegre e acolhedor, com salas amplas e climatizadas, berçários organizados, banheiros adequados e parquinhos conservados.
Um detalhe chama atenção: os espaços estavam decorados para as festas de fim de ano, com fotos das crianças nos murais, janelas e portas — imagens simples, coloridas e carregadas de simbolismo. As guirlandas feitas pelas turmas, a árvore de Natal improvisada e o brilho infantil diante da ornamentação faziam contraste com o cenário externo, reforçando que, para muitas famílias, aqueles metros quadrados são refúgio, trégua e esperança.
Para o presidente da Loterj, Hazenclever Lopes Cançado, os resultados simbolizam a essência do papel público da autarquia.
“Quando multiplicamos recursos, não estamos apenas ampliando números — estamos multiplicando dignidade, esperança e futuro. Cada aposta feita no Rio de Janeiro precisa voltar para o povo fluminense em forma de cuidado, proteção e oportunidade. É isso que nos move”.
No caminho entre dados e pessoas, números e histórias, a multiplicação de 40 vezes nos aportes sociais traduz, de maneira eloquente, um movimento institucional em direção à responsabilidade: um ato de apostar no que mais importa.
Lar da Mulher
As crianças não são o único foco da Loterj. A autarquia reforça seu papel na rede de proteção social do Estado ao garantir a manutenção do Lar da Mulher, abrigo administrado em parceria com o RioSolidário desde 2009.
Com capacidade para atender até 60 pessoas por períodos de até seis meses, o abrigo funciona em endereço sigiloso e monitorado 24 horas, assegurando privacidade e segurança às acolhidas e seus filhos. A estrutura inclui berçário, brinquedoteca, biblioteca, refeitório, salão de beleza, atendimento jurídico e apoio psicossocial, além de alimentação, roupas e itens essenciais para as crianças.
O apoio contínuo da Loterj também garante acesso a atendimento psicológico, atividades pedagógicas, emissão de documentos, cuidados de saúde e ações educativas — medidas que promovem autonomia, fortalecem a autoestima e oferecem condições reais para um novo começo.
Entre agosto de 2023 e agosto de 2025, a Loterj destinou R$ 5,3 milhões ao acolhimento de mulheres e crianças em situação de vulnerabilidade. Com a renovação do fomento em agosto de 2025, foram assegurados mais R$ 3 milhões para a continuidade do projeto até agosto de 2026. Ao todo, R$ 8,4 milhões serão investidos ao longo de três anos de cooperação.
As mulheres que chegam ao Lar carregam histórias marcadas por rupturas e desafios, mas também por coragem e esperança — um ponto ressaltado pelo presidente da Loterj, Hazenclever Lopes Cançado.
“Quando olhamos para cada mulher acolhida, enxergamos muito mais do que uma situação de vulnerabilidade; vemos força, dignidade e o desejo profundo de recomeçar. O Lar da Mulher é um espaço onde vidas são reconstruídas com amor, cuidado e respeito. Apoiar esse abrigo é acreditar que ninguém deve enfrentar a violência sozinha — e que a proteção e o acolhimento podem transformar destinos. Acompanhar essas mulheres retomando seus sonhos é uma das maiores provas de que políticas públicas sensíveis e bem conduzidas realmente mudam realidades”, afirmou.
Fonte: GMB