VIE 5 DE DICIEMBRE DE 2025 - 07:17hs.
Tempo de permanência é ilimitado

Governo do Paraná já licenciou 2.500 máquinas de jogos e arrecadou R$ 60 milhões só em outorgas

No Paraná, o governo licenciou 2.500 máquinas eletrônicas de jogos (VLTs) e já arrecadou R$ 60 milhões somente com outorgas. Os equipamentos estão instalados em pontos exclusivos e também em bares e restaurantes e não possuem tempo limitado de permanência.

De acordo com a Lottopar (Loteria Estadual do Paraná), os valores são destinados a áreas como segurança pública e habitação. Em Curitiba, funcionam cinco unidades próprias.

O Rio de Janeiro adotou medida semelhante, na última quarta-feira (20), um decreto autorizou a instalação de máquinas eletrônicas de apostas em bares e outros estabelecimentos comerciais em todo o estado.

O pagamento é feito exclusivamente por Pix, enquanto o monitoramento ocorre em tempo real. Já no Paraná, as casas de apostas operam com Video Lottery Terminals (VLTs) legalizados e fiscalizados pela Lottopar.

Expansão acelerada

O Rio de Janeiro segue os passos do Paraná. No estado fluminense, um decreto recente autorizou a instalação de máquinas de apostas eletrônicas em bares e estabelecimentos comerciais, com pagamento exclusivo via Pix e monitoramento em tempo real. As casas de apostas paranaenses oferecem VLTs legalizados, fiscalizados pela Lottopar.

Segundo o setor financeiro da Apostou, a meta é abrir 80 novas casas até o fim do ano no Paraná. Embora a regra seja exigir documento de identidade na entrada, nesta quarta-feira o acesso era livre.

Além das apostas, há ainda uma estratégia para fidelizar clientes: cafés coloniais às quartas, pizza às sextas, caldos às quintas e até chocolate quente nos fins de semana. O consumo de bebida alcoólica, no entanto, é discreto, embora existisse somente uma marca de cerveja na geladeira expositora e um chopp pilsen de 300 ml sendo ofertado a R$ 5.

Diferença para os caça-níqueis

A Lottopar defende que os VLTs são diferentes dos caça-níqueis: são legalizados, auditados por laboratórios internacionais e operam com um banco de dados de bilhetes eletrônicos, o que garantiria transparência. Já as máquinas clandestinas seriam manipuláveis e sem qualquer garantia ao jogador.

"Há, entretanto, restrições legais: é vedada a comercialização em farmácias e, conforme regulamentação da Lottopar, é proibida a oferta de jogos em um raio de 100 metros de estabelecimentos de ensino. Os concessionários não devem permitir acessos às máquinas por menores de 18 anos. A plataforma de gestão e meios de pagamento da Lottopar bloqueia Pix realizado por menores", disse a Lottopar em nota.

Apesar disso, a semelhança visual e a dinâmica de jogadas rápidas e recompensas instantâneas levantam dúvidas entre especialistas sobre o risco de compulsão.

Questionada como avalia os impactos sociais dessas máquinas, principalmente em relação ao vício em jogos de azar, a autarquia afirma que os jogos sempre existiram no Brasil, regulamentados pela Caixa Econômica Federal ou de forma ilegal, que é perigoso e financia o crime.

"A Lottopar age para que as pessoas vejam as apostas como entretenimento seguro, migrando-as do mercado ilegal para um ambiente regulamentado e fiscalizado.", completa a nota.

Segundo o Globo, o Ministério Público do Paraná informou que, até o momento, não há investigações em andamento sobre a Lottopar ou sobre as máquinas de videoloteria. No entanto, afirmou que, caso surjam demandas relacionadas à proteção do consumidor, medidas poderão ser tomadas, incluindo requisições de informações e apuração de eventuais irregularidades.

Fonte: O Globo