Games Magazine Brasil – O Consórcio Mineira da Sorte Loteria está no processo de certificação WLA Nível 3 relativo ao Jogo Responsável. O que os levou a buscar tal selo, uma exigência do regulador, a Loteria do Estado de Minas Gerais (LEMG), ou foi uma iniciativa própria?
Anna Anastasia – A certificação de Jogo Responsável é um requisito contratual, exigido no procedimento licitatório que o Consórcio se sagrou vencedor junto à Loteria do Estado de Minas Gerais. Acho que nenhum outro conjunto editalício vai deixar de inserir o Jogo Responsável como obrigação daqui para a frente. Só que no Consórcio entendemos que muito além de um requisito, o Jogo Responsável é uma força motriz para que o mercado de loteria e apostas cresça de forma saudável e perene.
O nosso requisito contratual expressa que o Consórcio teria cinco anos da data de assinatura do contrato para alcançar o nível máximo da WLA, o 4, mas em dois anos nós já estamos em vias de submeter a documentação para o Nível três. Então é um compromisso assumido pela empresa em relação não só à administração pública, mas em relação aos seus apostadores, revendedores, ao próprio mercado de jogos.
Quais são os desafios para a conquista dessa certificação?
São vários, como toda caminhada para uma certificação. Eu acabo sendo um pouco repetitiva às vezes, porque em relação ao Jogo Responsável, sempre bato na tecla de que a gente precisa de uma educação do jogo. Há loterias centenárias, como é caso da própria Loteria do Estado de Minas Gerais, mas a figura do Jogo Responsável é muito nova. Quando falamos disso, principalmente na exploração de loterias físicas, como é o caso do Consórcio Mineira da Sorte, a gente tem de ter muito cuidado na forma como a gente aborda os temas com os revendedores. É desafiador, mas também muito gratificante e temos visto diversos avanços positivos e os pontos de venda realmente muito engajados com o tema.
A busca dessa certificação também envolve a Loteria do Estado de Minas Gerais? Qual é o papel de cada um nesse processo?
Envolve na medida em que a própria LEMG reconhece a importância dessa certificação ao colocar até como requisito no contrato de concessão. Mas naturalmente o Consórcio, enquanto operador desse mercado, tem mais subsídios, além da obrigação de fato, para criar, testar, implementar etc. esses projetos de Jogo Responsável. Temos reuniões periódicas com a LEMG onde apresentamos o que estamos fazendo e o que pretendemos fazer.
Colhemos insights deles, sugestões e também acabamos às vezes demandando um pouco deles para algumas adequações, muitas vezes em site institucional, ou alguma abordagem que é necessária. É importante que a administração pública, não só a LEMG, mas dos outros estados, também se debrucem sobre esse tema junto dos operadores. No fim do dia, esse trabalho coordenado que abrange tanto a administração quanto o operador e até o próprio jogador é o que vai garantir o sucesso desse mercado.
Vocês já cumprem com os requisitos para conquistar o selo da World Lottery Association para Jogo Responsável?
Acredito que sim e é o que esperamos. O Nível 3 da certificação WLA de Jogo Responsável, demanda muita responsabilidade no âmbito de criação de projetos e ações, mas é imprescindível que a gente tenha em mente que essa trilha de certificação da WLA, passa pela frequência, pela manutenção desses projetos e ações. Quando falamos que estamos em vias de submeter para o Level 3, deixo claro que queremos o 4, que é o nível máximo. Precisamos desse compromisso de manutenção. Estamos entregando um projeto bem de vanguarda. Tem muita coisa e vocês verão quando estiver tudo público. Há muito material bacana e o engajamento mesmo com revendedor, com jogador e com poder público. A acho que estamos entregando bem.
Qual a importância da certificação para o Consórcio Mineiro da Sorte Loteria, que já vem atuando em Minas Gerais há um longo tempo e trabalhando dentro das regras estabelecidas pelo edital e pela parceria com a Loteria?
É a maior possível. Como eu disse, não é só o caso de cumprir um requisito formal de um contrato administrativo, mas é realmente um driver da companhia. Para nós, é inviável explorar uma operação do porte como a que estamos operando em Minas Gerais e não ter bem delineado um programa de Jogo Responsável. Hoje nenhum operador deveria se embrenhar numa operação grande sem ter isso em mente.

Como as diversas áreas do consórcio estão tratando essa questão? Parte financeira, marketing comercial, RH... todos estão caminhando juntos nesse processo?
Confesso que essa era uma preocupação que eu tinha no início do projeto. Quando a gente começa a criar essas ações e ter essas ideias para disseminar o Jogo Responsável, dependemos necessariamente dessa sinergia entre áreas. Nunca um programa de Jogo Responsável vai ser do compliance ou só do marketing. É um trabalho de uma companhia inteira, de uma atividade interdisciplinar mesmo. Todo mundo vai contribuir na medida das suas aptidões, das suas experiências. E felizmente aqui no consórcio o tema foi um sucesso.
Todas as áreas sem exceção, do atendimento ao cliente, ao crédito e cobrança, gerências, pessoal de vendas externo, todo mundo se envolveu de uma forma muito positiva. E aí até interessante porque tamanha foi a adesão que a gente criou um grupo de trabalho de Jogo Responsável aqui dentro do Consórcio para poder tratar de alguns temas como novos produtos, atendimento ao jogador, treinamento de colaboradores, pesquisa, monitoramento de indicadores. Estamos movimentando porque depois que isso foi apresentado para todas as áreas, elas sentiram a necessidade de continuar.
De que maneira essa certificação vai ser apresentada para os revendedores, de modo que também eles estejam orientados sobre as práticas de Jogo Responsável?
Nossos revendedores já estão bem cientes do nosso compromisso com o Jogo Responsável, até porque eles são parte importante da operação. Quando falamos de uma operação física de loteria, a gente depende muito dos pontos de venda. Então, temos desenvolvido materiais gráficos específicos para os pontos de venda. Temos gráficos, banners, revista de passatempo, com tema de Jogo Responsável, incentivando a aderência deles. Além disso, a gente faz essas pesquisas periódicas em cima dessas ações junto ao PDV, que é ponto de venda. Então o resultado é muito interessante. Ao analisar o teor dessas respostas, vemos que que os pontos de venda também estão engajando. Eles são parte essencial e têm de estar junto com a gente.
Com essa certificação, quais são os planos futuros do Consórcio Mineira da Sorte Loteria?
Continuar desenvolvendo o Jogo Responsável. Acho que essa troca de ideias, pesquisa, comparação com o mercado já consolidado, tudo isso agrega muito no que a gente pretende fazer por aqui. E como eu disse sobre esse grupo de trabalho, tratar essas ideias, monitoramento e medições, a gente vai seguindo com isso. Acho até importante falar que esse é um trabalho que está sendo tratado com devida importância não só pelo Consórcio. Eu tenho visto, acredito que você também, diversos players muito engajados e também pela Associação das Mulheres do Gaming (AMIG), que eu faço parte, criou uma cartilha premiada de Jogo Responsável. Temos um fórum só com mulheres incríveis que a gente debate esse tema também. Então acho que isso é para todo mundo. Continuar desenvolvendo o Jogo Responsável daqui para a frente.
Diante deste novo momento do Consórcio, vocês estão trabalhando com a própria Loteria Mineira de se expandir também para outros estados? Tem muitas loterias estaduais sendo criadas. Quais são os planos do Consórcio para o Brasil como um todo?
Desde o julgamento das ADPFs 492 e 493 pelo Supremo Tribunal Federal a tendência é que o mercado brasileiro tenha cada vez mais possibilidades. E acho que tanto o CMSL quanto seus investidores sabem desse potencial do mercado brasileiro. É natural crescer ainda mais. Acho que esse é inclusive um desejo de qualquer operador que começou a atuar no Brasil. Mas tudo depende também das administrações públicas estaduais. É difícil demonstrar um interesse prévio quando você ainda não tem um edital lançado e não sabe bem quais vão ser os parâmetros de contratação do parceiro privado.
Como estamos falando de uma exploração de serviços, cuja segurança jurídica existe há cinco anos, não conseguimos ver um padrão nessas licitações. São muito distintas entre si e nem sempre os requisitos, as projeções são viáveis no primeiro momento. Mas torcemos que sim e que todos os estados criem suas loterias e façam um trabalho bacana relativo à seguridade social e tudo o mais.
Será que veremos o Consórcio Mineiro da Sorte Loteria se transformar em consórcio brasileiro em vez de consórcio mineiro?
Imagina que sucesso!
Tenho certeza de que sim, até porque vocês também têm, além de toda a presença no estado de Minas Gerais, vocês têm por trás importantes players globais do setor de jogos e loterias. Isso também é um cartão de visita para vocês se pronunciarem em todo o Brasil?
Eu acho que sim. E acho que em relação ao Jogo Responsável, isso acaba sendo uma responsabilidade ainda maior para o Consórcio. Porque tanto a Bright Star quanto a Scientific Games são o nível máximo da WLA em Jogo Responsável, então a gente não pode ficar para trás.
Ou seja, muitas novidades virão por aí na hora que receberem o carimbo WLA nível 3 e daqui a pouco nível 4?
É isso aí, estamos torcendo para isso.
Fonte: Exclusivo GMB