JUE 2 DE MAYO DE 2024 - 11:43hs.
Mercado com potencial estimado em US$ 17 bilhões

Wall Street explora apostas esportivas após legalização por estados nos EUA

A linha entre operações no mercado financeiro e apostas sempre foi tênue. Com muitos estados americanos legalizando as apostas esportivas após decisão da Suprema Corte de 2018, é natural, então, especular se Wall Street vai entrar também nesse jogo. Para a consultoria Eilers & Krejcik Gaming, o mercado de apostas esportivas pode atingir US$ 17 bilhões nos EUA, se houver legalização em todos os 50 estados, segundo informa a jornalista Annie Massa, da Bloomberg Businessweek, para O Globo.

De olho nesse potencial, algumas empresas já se preparam. O Susquehanna International, por exemplo, está montando uma divisão de apostas esportivas na Irlanda. A unidade, batizada de Nellie Analytics — em homenagem ao cão do cofundador Jeff Yass —, já tem 20 funcionários.

O Susquehanna opera nas Bolsas de apostas esportivas on-line Betfair e Matchbook. Nesses sites, as pessoas podem apostar umas contra as outras, em vez de operar contra um bookmaker que estabelece os parâmetros.

As apostas esportivas, no entanto, não devem atrair a maior parte dos chamados fundos hedge, gigantes que fazem investimentos de alto risco em busca de retorno elevado. Isso porque o mercado ainda é relativamente pequeno, e apostas de grandes casas como essas poderiam facilmente distorcê-lo.

Uma maneira alternativa de as empresas financeiras atuarem no universo das apostas é o fornecimento de tecnologia. A Nasdaq Inc., que controla a Bolsa eletrônica de mesmo nome, já opera nesse segmento.

No Reino Unido, ela licenciou uma tecnologia para um serviço de apostas em futebol chamado Football Index — um mercado virtual onde usuários compram e vendem participações em jogadores e ganham dividendos com base na performance deles. A tecnologia da Nasdaq também é usada para apostas em corridas de cavalos na Austrália, em Hong Kong e na Suécia.

“Uma empresa de apostas não precisa reinventar a roda”, justifica Scott Schechtman, diretor de Novos Mercados na Nasdaq. Chris Grove, da Eilers & Krejcik, acredita que, apesar de enfrentarem uma regulação complexa, as empresas do setor financeiro devem, sim, explorar o novo mercado.

Fonte: O Globo / Annie Massa, da Bloomberg Businessweek