MIÉ 24 DE ABRIL DE 2024 - 16:14hs.
COVID-19

APAJO apela a ajustes na legislação de apostas em Portugal para enfrentar queda

A Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO) apelou à realização de ajustes na legislação das apostas esportivas para poder enfrentar a queda provocada pela pandemia de COVID-19. O presidente Gabino Oliveira advertiu que é “cada vez mais difícil manter uma oferta” para os apostadores nacionais e alertou para o perigo dos portugueses procurarem plataformas ilegais, no que considera um retrocesso na evolução do mercado regulamentado.

“É essencial mostrar criatividade, agilidade e percorrer caminhos com pouca burocracia, aproveitando o fato do setor estar baseado em tecnologia com capacidade de inovação rápida e constante”, afirmou o presidente da APAJO à agência Lusa, apontando os “esportes virtuais e eSports” como alternativas para “compensar as perdas”.

O empresário do ramo do jogo online garantiu que o setor está “trabalhando em soluções”, mas sublinhou que “sem ajustes ao presente estado legal não há oferta suficiente para manter o interesse dos jogadores”, o que pode levá-los a procurar “plataformas não licenciadas”.

“Em Portugal ainda temos um problema com o mercado ilegal, que tem registrado tendência para diminuir, mas temos de ter muito cuidado para que esta crise não venha, agora, gerar novamente um aumento dos operadores ilegais”, alertou o presidente da APAJO.

As legislações de países como Espanha, Itália, França ou Reino Unido “permitem produtos como apostas virtuais ou eSports”, o que segundo Gabino Oliveira lhes confere “uma grande vantagem comparando com Portugal”, onde estima perdas ao redor dos 100% a partir de abril.

“Sem medidas imediatas e concretas que possam compensar as perdas de receitas devido à falta de eventos esportivos, as receitas estão diminuindo drasticamente. Felizmente, o cassino ainda não foi muito afetado, mas também não notamos um aumento substancial e o grupo alvo dos produtos é diferente”, sustentou.

Gabino Oliveira ainda recusou quantificar o valor das perdas estimadas no setor, uma vez que “é muito difícil” fazê-lo num quadro em “constante evolução” e no qual não se sabe “por quanto tempo os eventos vão ser adiados”.

O novo coronavírus surgiu na China, em dezembro de 2019, mas o surto se espalhou por todo o mundo, tendo levado Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Inicialmente alguns eventos esportivos foram disputados sem público, mas, depois, começaram a ser cancelados, adiados - entre os quais se destacam Jogos Olímpicos Tóquio2020, a Euro2020 e a Copa América -- ou suspensos, nos casos dos campeonatos nacionais e internacionais de todas as modalidades.

Fonte: Diário de Notícias (Portugal)