A operação surpreendeu o setor na semana passada, já que a Sun Dreams é a maior operadora de cassinos da América Latina, com presença no Chile, Peru, Panamá, Argentina e Colômbia. No Chile, é a segunda operadora mais importante, com presença em Iquique, Mostazal - onde têm seu principal complexo, o Sun Monticello -, Temuco, Valdivia, Puerto Varas, Coyhaique e Punta Arenas.
A polêmica nova licitação de cassino, em que a empresa argumenta que as regras estabelecidas foram alteradas, motivou a Sun International a deixar o país. A empresa sul-africana considerou que não foi respeitada a lei que em 2005 permitiu às empresas privadas investir cerca de US$ 2 bilhões. A Sun entendeu que as licenças que seriam válidas por 15 anos seriam renovadas por mais 15 anos no novo processo.
Leeming explicou à La Tercera os motivos que levaram a Sun a aceitar neste momento a proposta dos irmãos Fischer, à frente da IPS: “O mundo mudou em relação aos desafios atuais da África do Sul e da América Latina. Há muita coisa acontecendo por lá e também a maneira como os reguladores chilenos estão lidando com a renovação das licenças dos cassinos. Acreditamos que eles quebraram o espírito da lei com a qual investimos. Portanto, esta é uma oportunidade para os locais lidarem com isso, porque temos nossos próprios desafios. O acordo é benéfico para ambas as partes: é uma boa oportunidade para eles e uma boa oportunidade para sairmos. É um bom negócio."
“Investimos com certas regras e vimos que essas regras foram alteradas. Foi um fator relevante, embora acreditemos que haja uma boa chance de a Sun Dreams renovar suas licenças. Mas essas condições para renovar agora são diferentes do que deveriam ter sido. Não apoiamos isso, acreditamos que não é correto que aconteça e que não é bom para o investimento estrangeiro”, explicou Leeming.
Por fim, para expressar o sentimento da empresa ao deixar o país, Leeming afirmou: “Saímos do Chile um pouco decepcionados e um pouco tristes. Compramos a Monticello e acreditávamos que compramos algo muito bom para o Chile e investimos muito no setor. Acreditamos que a indústria de cassinos será principalmente uma indústria local. Dada a incerteza jurídica, é difícil que haja investidores estrangeiros dispostos a correr esse risco".
Fonte: GMB / La Tercera (Chile)