Durante décadas, o Chile aproveitou da fama de seriedade e previsibilidade na geração de confiança para investimentos de companhias estrangeiras no país. Mas isso parece estar mudando, pelo menos no setor de cassinos.
A gestora canadense de fundos de private equity Clairvest começou a investir no Chile há mais de uma década, mas seu presidente Michael Wagman agora diz que as mudanças propostas pelo governo na forma de leiloar as concessões para operar o negócio de cassinos no país modificam se já estava estabelecido.
As concessões de 15 anos serão vendidas ao licitante com maior lance, ao invés de dar preferência às operadoras atuais, como eles esperavam.
A Clairvest se juntou a quatro outras operadoras de cassinos chilenos para desafiar as regras no tribunal e os demandantes dizem que levarão o caso ao Centro Internacional para Resolução de Disputas de Investimentos do Banco Mundial se o processo contra o regulador local não lhes render alívio.
Em jogo está a reputação do país mais estável da América Latina, há muito um bastião da ortodoxia econômica e das políticas pró-negócios em uma região conhecida pela volatilidade. Os operadores de cassino veem questionar esse prestígio como sua melhor chance de fazer com que o governo do presidente Sebastian Pinera inverta seus planos.
O governo “não está nem perto de enviar a mensagem de que o Chile é um lugar seguro para fazer negócios”, disse Wagman, que é porta-voz do grupo.
A Clairvest, que possui uma participação na operadora de cassino Marina del Sol, suspendeu novos investimentos potenciais em outras indústrias no país, disse Wagman.
Fonte: GMB / InterGame Online / Bloomberg
