GMB - Como surgiu a proposta para o patrocínio ao Cruzeiro e quais os principais fatores que levaram a assinatura da parceria?
Joseph Levy - Após o anúncio do patrocínio do Campeonato Carioca 2019, alguns clubes nos procuraram e o Cruzeiro foi um deles. Achamos que seria uma excelente oportunidade de testar um novo mercado, onde a PMU já tem agentes credenciados e ainda não havia realizado um trabalho de marketing ativo. Além disto, após quase duas décadas, em breve BH voltará a ter um hipódromo, que certamente fomentará a atividade.
Qual o objetivo da PMU ao apoiar o esporte mais popular no Brasil?
O objetivo da PMU é popularizar o turfe para o público brasileiro. Nossa estratégia de aproximação com o futebol vem de encontro a isso. Dessa forma, nos posicionamos como uma empresa de esportes e entretenimento e nada melhor do que parcerias com o futebol para tornar a marca conhecida e atrair novo público.
Além do Cruzeiro, a PMU já tinha firmado parceria com a Federação do Rio de Janeiro para o Campeonato Carioca 2019. Quais os próximos passos da PMU nessa questão de patrocínios esportivos? Pretendem fechar parcerias com competições e clubes de outros esportes fora o futebol?
No momento, vamos analisar os resultados das parcerias que fechamos neste primeiro trimestre do ano. A operação da PMU no Brasil ainda é deficitária, então na medida que desenvolvermos o nosso negócio e os resultados aparecerem, poderemos sim buscar novas parcerias.
A PMU tem experiência internacionais com patrocínio esportivo? Como elas influenciaram ou influenciam as escolhas da empresa no Brasil?
Sim. A PMU França tem um histórico de destaque em patrocínio de futebol principalmente, mas a dimensão da empresa lá é outra, com 6 milhões de turfistas, 13 mil pontos de venda, 240 hipódromos e 10 bilhões de euros em volume de apostas. Foi por alguns anos patrocinadora do PSG e do campeonato francês e esse é um case de sucesso que nos inspira, quando se trata de acessar um público novo para o turfe, sempre adequando à realidade brasileira.
Apesar de ser uma empresa tradicionalmente ligada ao turfe, houve alguma influência da legalização das apostas esportivas na decisão de patrocinar clubes e competições no Brasil?
Não.A decisão de patrocinar clubes no Brasil é uma estratégia que visa criar um reconhecimento da marca PMU no Brasil e associar o turfe à esporte e entretenimento.
Há algum projeto para que através do patrocínio ao futebol fazer com que o turfe retome sua popularidade e alcance novos públicos?
Sim, esse é nosso principal objetivo. Fazer com que as pessoas que gostam de futebol descubram uma nova paixão: as corridas de cavalo. Nossa campanha de TV mostra que é divertido e fácil de acompanhar o turfe assim como o futebol e que a pessoa ainda pode ganhar um dinheiro extra. Apostar em corridas de cavalo tem um efeito mágico pois com apenas 2 reais, você vive a emoção de se tornar “dono do cavalo” e torcer por ele durante aquela corrida.
Como um novo membro do grupo de empresa ligadas a jogos patrocinadoras de clubes e competições, a PMU acredita que esse movimento pode aproximar o mercado de jogos da população e ajudar na aprovação de uma lei que regulamente toda a atividade de jogos?
Nossa missão é levar o turfe e as apostas hípicas ao público brasileiro. Trata-se de uma opção de entretenimento que sempre foi legalizada, mas que sofreu preconceito e rejeição ao longo dos anos. Queremos mostrar que é divertido, autorizado e que deve ser jogado de forma responsável. Isto ajudará a sociedade a entender os jogos puramente como diversão, o que pode contribuir para uma melhor aceitação da nova regulamentação.
Qual a importância da saída da Caixa como patrocinadora para as empresas que desejam investir nesse mercado e ser patrocinadoras?
A Caixa, pelo seu tamanho e nível de investimentos no patrocínio dos clubes brasileiros sempre teve uma grande relevância. Sua saída abre, sem dúvidas, oportunidades para outras empresas do setor que queiram investir nesse mercado.
Como vê o papel das empresas privadas no auxílio do esporte e da cultura do país?
As empresas privadas sempre contribuíram para o esporte e a cultura brasileiros. Algumas marcas chegaram a ficar conhecidas por sua associação ao esporte, criando uma identificação e valores positivos para o público. Acredito que este auxílio é uma ferramenta estratégica para a empresa e que contribui para uma causa maior. No caso da PMU, de fato somos uma empresa de esporte, o que facilita essa identificação.
Qual perspectiva que a PMU faz para entrada de outras empresas de jogos no mercado de patrocínio esportivo?
Acho que o mercado ainda é incipiente pois clubes e empresas estão na fase de descobrir como explorar parcerias da melhor maneira. Com a legalização dos jogos, é possível que este tipo de patrocínio se torne mais frequente e assuma diferentes formas, não só para visibilidade de marca, mas principalmente para aquisição de novos usuários e ações promocionais para estimular a prática.
Fonte: Exclusivo GMB