MAR 19 DE MARZO DE 2024 - 01:13hs.
Joseph Levy, CEO da PMU Brasil

“Nosso objetivo é fazer os que gostam de futebol descobrirem a paixão pelas corridas de cavalo”

A PMU Brasil anunciou na última semana o patrocínio ao Cruzeiro e entrou no grupo de empresas ligadas a apostas a fazer esse investimento. O GMB conversou com Joseph Levy, CEO da PMU Brasil, sobre como surgiu o convite do clube mineiro, a influência da PMU França no negócio de patrocínio esportivo e o efeito da presença das empresas de jogos no futebol para legalização da atividade e conquista de um novo público para o turfe.

GMB - Como surgiu a proposta para o patrocínio ao Cruzeiro e quais os principais fatores que levaram a assinatura da parceria?
Joseph Levy -
Após o anúncio do patrocínio do Campeonato Carioca 2019, alguns clubes nos procuraram e o Cruzeiro foi um deles. Achamos que seria uma excelente oportunidade de testar um novo mercado, onde a PMU já tem agentes credenciados e ainda não havia realizado um trabalho de marketing ativo. Além disto, após quase duas décadas, em breve BH voltará a ter um hipódromo, que certamente fomentará a atividade.

Qual o objetivo da PMU ao apoiar o esporte mais popular no Brasil?
O objetivo da PMU é popularizar o turfe para o público brasileiro. Nossa estratégia de aproximação com o futebol vem de encontro a isso. Dessa forma, nos posicionamos como uma empresa de esportes e entretenimento e nada melhor do que parcerias com o futebol para tornar a marca conhecida e atrair novo público.

Além do Cruzeiro, a PMU já tinha firmado parceria com a Federação do Rio de Janeiro para o Campeonato Carioca 2019. Quais os próximos passos da PMU nessa questão de patrocínios esportivos? Pretendem fechar parcerias com competições e clubes de outros esportes fora o futebol?
No momento, vamos analisar os resultados das parcerias que fechamos neste primeiro trimestre do ano. A operação da PMU no Brasil ainda é deficitária, então na medida que desenvolvermos o nosso negócio e os resultados aparecerem, poderemos sim buscar novas parcerias.

Foto: Divulgação PMU Brasil

A PMU tem experiência internacionais com patrocínio esportivo? Como elas influenciaram ou influenciam as escolhas da empresa no Brasil?
Sim. A PMU França tem um histórico de destaque em patrocínio de futebol principalmente, mas a dimensão da empresa lá é outra, com 6 milhões de turfistas, 13 mil pontos de venda, 240 hipódromos e 10 bilhões de euros em volume de apostas. Foi por alguns anos patrocinadora do PSG e do campeonato francês e esse é um case de sucesso que nos inspira, quando se trata de acessar um público novo para o turfe, sempre adequando à realidade brasileira.

Apesar de ser uma empresa tradicionalmente ligada ao turfe, houve alguma influência da legalização das apostas esportivas na decisão de patrocinar clubes e competições no Brasil?
Não.A decisão de patrocinar clubes no Brasil é uma estratégia que visa criar um reconhecimento da marca PMU no Brasil e associar o turfe à esporte e entretenimento.

Há algum projeto para que através do patrocínio ao futebol fazer com que o turfe retome sua popularidade e alcance novos públicos?
Sim, esse é nosso principal objetivo. Fazer com que as pessoas que gostam de futebol descubram uma nova paixão: as corridas de cavalo. Nossa campanha de TV mostra que é divertido e fácil de acompanhar o turfe assim como o futebol e que a pessoa ainda pode ganhar um dinheiro extra. Apostar em corridas de cavalo tem um efeito mágico pois com apenas 2 reais, você vive a emoção de se tornar “dono do cavalo” e torcer por ele durante aquela corrida.

Foto: Divulgação PMU Brasil

Como um novo membro do grupo de empresa ligadas a jogos patrocinadoras de clubes e competições, a PMU acredita que esse movimento pode aproximar o mercado de jogos da população e ajudar na aprovação de uma lei que regulamente toda a atividade de jogos?
Nossa missão é levar o turfe e as apostas hípicas ao público brasileiro. Trata-se de uma opção de entretenimento que sempre foi legalizada, mas que sofreu preconceito e rejeição ao longo dos anos. Queremos mostrar que é divertido, autorizado e que deve ser jogado de forma responsável. Isto ajudará a sociedade a entender os jogos puramente como diversão, o que pode contribuir para uma melhor aceitação da nova regulamentação.

Qual a importância da saída da Caixa como patrocinadora para as empresas que desejam investir nesse mercado e ser patrocinadoras?
A Caixa, pelo seu tamanho e nível de investimentos no patrocínio dos clubes brasileiros sempre teve uma grande relevância. Sua saída abre, sem dúvidas, oportunidades para outras empresas do setor que queiram investir nesse mercado.

Foto: Divulgação PMU Brasil

Como vê o papel das empresas privadas no auxílio do esporte e da cultura do país?
As empresas privadas sempre contribuíram para o esporte e a cultura brasileiros. Algumas marcas chegaram a ficar conhecidas por sua associação ao esporte, criando uma identificação e valores positivos para o público. Acredito que este auxílio é uma ferramenta estratégica para a empresa e que contribui para uma causa maior. No caso da PMU, de fato somos uma empresa de esporte, o que facilita essa identificação.

Qual perspectiva que a PMU faz para entrada de outras empresas de jogos no mercado de patrocínio esportivo?
Acho que o mercado ainda é incipiente pois clubes e empresas estão na fase de descobrir como explorar parcerias da melhor maneira. Com a legalização dos jogos, é possível que este tipo de patrocínio se torne mais frequente e assuma diferentes formas, não só para visibilidade de marca, mas principalmente para aquisição de novos usuários e ações promocionais para estimular a prática.

Fonte: Exclusivo GMB