DOM 12 DE MAYO DE 2024 - 00:07hs.
BgC Digital Experience – Jogo é uma indústria séria

Jogo responsável e melhores práticas são peças fundamentais para o sucesso do setor

Mauro de Fabritiis, fundador da MDF Partners, mediou o último painel do BgC, que reuniu André Gelfi, Sócio Gerente do Betsson Group Brasil, e Itamar Pereira, assessor técnico do Ministério da Economia e membro da International Association of Gaming Regulators. No encontro que procurou mostrar quão séria é a indústria, a opinião unânime a favor de boas práticas, jogo responsável e ações contra lavagem de dinheiro são as chaves para a aprovação da atividade pela sociedade.

Antes de passar a palavra aos painelistas, Mauro de Fabritiis apresentou uma análise global do setor de jogos, destacando um crescimento da atividade de maneira constante desde 2013 até 2019 da ordem de 15% e a seriedade do setor, com regras rígidas de compliance e governança corporativa.

De acordo com o moderador, o setor de jogos saiu de 399 bilhões de euros em 2013 para 453 bilhões no ano passado. “Em 2020, apesar da queda do volume total para € 356 bilhões,  pouco menos de 21% em comparação com 2019, os jogos online cresceram quase 10% no mesmo período, o que demonstra a força do segmento durante a pandemia”, analisou, mostrando que desde 2013 o jogo online cresceu mais de 100% impulsionado principalmente pelas apostas esportivas e cassinos.

O crescimento apontado por ele deve-se, na sua avaliação, a um longo período de regulamentação de mercados em todo o mundo e principalmente na Europa. “Ela está acontecendo em toda a América Latina e o Brasil deve ser regulamentado em breve e esperamos muito por isso”.

De Fabritiis define que o jogo responsável terá muita influência no modelo de regulamentação e competitividade para todos os operadores em diferentes países e mercados. Ele resume o setor de jogos é o resultado de um equilíbrio entre três “players”: os reguladores, os operadores e os clientes.   “E cada ‘jogador’ deve agir de uma forma que defina uma posição confortável para que o ambiente seja sustentável, confiável e seguro para o jogador”.

 

 

Ao preparar a condução do painel, ele colocou uma questão interessante: “Como as apostas responsáveis podem ser introduzidas nesse modelo e contribuir para um equilíbrio sustentável?” De Fabritiis apontou a necessidade de imposição de limites de depósitos, perdas, tempo de jogo etc, processos de exclusão, educação e informação aos jogadores e proteção a eles. “Todos esses mecanismos são parte do design total do jogo responsável e que devem ser parte não apenas dos regulamentos, dos princípios políticos, de toda a estrutura de jogos dos reguladores, mas deve ser também parte da estratégia dos operadores”.

Assim, deu a palavra a Itamar Pereira para discorrer sobre a regulamentação dos jogos no Brasil e como a questão do jogo responsável vem sendo pensada. “Para os reguladores, o jogo responsável é uma questão primordial e vejo isso em todas as jurisdições onde o jogo é aprovado. E vejo que isso também faz parte da política dos operadores porque sem uma direção sobre jogo responsável fica para eles organizarem um ambiente saudável para o jogador” disse.

Itamar comentou que as melhores práticas adotadas em países com o jogo regulamentado devem ser seguidas para se oferecer uma regulamentação atenta a todo o conjunto citado por de Fabritiis, ou seja, reguladores, operadores e clientes. “Essas são coisas pelas quais precisamos os espelhar para tentar fazer algo semelhante no futuro não só no Brasil mas em toda a América Latina”, explicou.

André Gelfi foi incentivado a falar sobre o jogo responsável de forma comparativa ao que acontece na Europa e América Latina. O executivo da Betsson. “Alguns países latinos já passaram por esse primeiro momento de regulamentação, como Colômbia e México, e outros irão entrar com seus regulamentos, como é o caso do Brasil. Acredito que temos menos registros e experiência nesse mercado, pois somos mais imaturos que a Europa. Mas iremos em direção a tudo que tem sido aprendido na Europa, que é uma referência. Então temos a oportunidade de começar algo que se enquadre nas necessidades locais do Brasil para clientes, operadores e para reguladores”, comentou Gelfi.

 

 

Ações contra lavagem de dinheiro são bases sólidas para o negócio dos jogos e segundo Itamar é uma grande área da regulação e uma das mais importantes: “Diria que é um aspecto-chave para convencer a sociedade do quão forte é o regulamento da operação justa e da credibilidade que a operação de apostas pode ter. Acredito que seja a primeira preocupação quando as pessoas que estão vendo de fora da indústria falam contra jogos de apostas. Algumas pessoas dizem que jogos são uma área da economia propícia para a lavagem de dinheiro. E isso é falso. Não é o que vemos ao redor do mundo. Temos uma estrutura forte e preparada para isso".

“Temos apenas a operação de loterias no Brasil, tanto as da Caixa Econômica Federal quanto algumas operadas em alguns estados, mas isso vale para o futuro também e como já temos um conjunto de normas e ações contra a lavagem de dinheiro, não precisaremos copiar exemplos constantes de regulamentações de outros países, pois estamos preparados para atuar contra isso”, explicou o representante do Ministério de Economia.

André Gelfi afirmou ter certeza de que os negócios são mais sustentáveis com medidas contra a lavagem de dinheiro. “Na verdade, fazemos uma autorregulagem e já seguimos alguns procedimentos internos para garantir que não vamos enfrentar nenhuma situação que venha a trazer problemas”, atestou.

De Fabritiis questionou Gelfi sobre o cliente estar preparado para o mercado de jogos. O executivo do Betsson Group Brasil afirmou que “precisamos diferenciar o que temos como um mercado hoje no Brasil e como o país irá ficar após a implementação de um regulamento, com o desenvolvimento de um mercado para diversão. Digo que as autoridades, operadores e a comunidade local estamos ansiosos para um mercado de sucesso no Brasil”, comentou.

 

 

Itamar Pereira reforçou a posição do governo, enquanto regulador, de comunicar, em conjunto com operadores, o quão envolvidos com o jogo responsável todos devem se portar. “Acredito que precisamos criar a cultura do jogo responsável em um país que está fazendo os primeiros desenvolvimentos como o Brasil”, disse.

André Gelfi endossou as palavras de Itamar quanto à questão do jogo responsável e comentou que “como o único operador totalmente licenciado no Brasil, já tomamos esse passo de termos as nossas políticas adotadas. Nossa plataforma já possui características de jogo responsável. Então, se tivermos um cliente com problemas ele terá um suporte da plataforma da betsson.com.br. Então o que é esperado do regulamento são alguns ajustes para adaptar as necessidades brasileiras. E esses serão desenvolvimentos e melhorias que nós já enfrentamos de forma interna em nossas rotinas e no desenvolvimento e liberação de produtos”, explicou.

Comparado com outros mercados, na avaliação de Gelfi, o Brasil irá se destacar na área de apostas esportivas. “Temos a combinação de um país com 210 milhões de habitantes, com uma penetração digital massiva e uma paixão pelos esportes. Estamos falando de um país que acompanha o esporte europeu como ninguém e o futebol é uma religião. Então, essa é tempestade perfeita, do ponto de vista positivo e é basicamente assim que vemos o Brasil”.

Fonte: Exclusivo GMB